3.2.07

Há Ministro!

Este sábado, o "Sol" tem uma notícia surpreendente: O Ministro do Ambiente desmentiu que ameaçara demitir-se. É verdade, meus caros amigos. Há um tipo que é Ministro do Ambiente. Tem nome e tudo. Chama-se Nunes Correia. É a surpresa geral!

Cavaco enganado

Confesso que não morro de amores por Cavaco. Nem pelo actual ministro da Justiça, Alberto Costa. Por isso, dá-me uma espécie de prazer sádico vê-los "meter a pata na poça". Esta de conceder um indulto a um tipo que andava foragido à Justiça é de morte... Enfim, mais uma trapalhada do Governo (esta semana, foram várias). Mais uma vez com a serena complacência do homem que nunca se engana... E que raramente tem dúvidas, para mal dos nossos pecados.

Só!!!

11 dos 25 árbitros das ligas profissionais serão suspensos no âmbito do "Apito Dourado". A mim, sinceramente, só me espanta serem tão poucos...

Cavaco

Cavaco não quer que o BPI seja espanhol. Pois bem, mas o que tem Cavaco a ver com isso? Ainda ninguém lhe explicou as competências de um presidente da república? Só se for isso...

Parabéns, camarada

O Magno foi nomeado Vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto Santo. Eu, que o conheço bem, acho que é a melhor escolha. Tem capacidade de trabalho, tem formação e tem... cultura. Parabéns, camarada. Diverte-te. E vê se continuas a escrever qualquer coisa por cá.

A Figura de Dürer

Recuperámos a figura de Dürer: Uma força poderosa manipulando o mundo. Está a direita de quem entra.

2.2.07

Poema de fim-de-semana

Como já fui acusado de machista e até de misógino, deixo aqui um poema de fim-de-semana algo feminista. Divirtam-se!

ANTÓNIO LOBO ANTUNES
Sátira aos HOMENS quando estão com gripe

Pachos na testa, terço na mão,
Uma botija, chá de limão,
Zaragatoas, vinho com mel,
Três aspirinas, creme na pele
Grito de medo, chamo a mulher.
Ai mulher que vou morrer.
Mede-me a febre, olha-me a goela,
Cala os miúdos, fecha a janela,
Não quero canja, nem a salada,
Ai mulher , mulher , não vales nada.
Se tu sonhasses como me sinto,
Já vejo a morte nunca te minto,
Já vejo o inferno, chamas, diabos,
anjos estranhos, cornos e rabos,
Vejo demónios nas suas danças
Tigres sem listras, bodes sem tranças
Choros de coruja, risos de grilo
Ai mulher, mulher fica comigo
Não é o pingo de uma torneira,
Põe-me a Santinha à cabeceira,
Compõe-me a colcha,
Fala ao prior, Pousa o Jesus no cobertor.
Chama o Doutor, passa a chamada,
Ai mulher, mulher nem dás por nada.
Faz-me tisana e pão de ló,
Não te levantes que fico só,
Aqui sózinho a apodrecer,
Ai mulher, mulher que vou morrer.

1.2.07

Referendo ao Aborto - Algumas questões aos partidários do Sim.


Como quase todos os portugueses, quando se reiniciou o debate do referendo sobre o aborto, eu já tinha uma opinião formada. Também como quase todos os portugueses, já estou cansado de ver uma campanha de agressões, insultos, falta de respeito democrático e, acima de tudo, farto das certezas de todos os que se envolveram directamente nela. Dos dois lados. Por isso, recuso-me a ver e a ouvir mais debates, mais conferências, mais argumentos.
Mas, por motivos familiares – a minha casa é uma verdadeira democracia! – tenho discutido e argumentado e fiz o exercício de ponderar razões para votar Sim, porque o aborto clandestino não é apenas uma preocupação dos que apoiam a mudança da lei.

Deixo aqui perguntas que, se forem respondidas categoricamente, serão suficientes para eu mudar de opinião.

1. Os defensores do Sim argumentam que apesar do embrião ser humano, não é pessoa humana (antes de mais, acho curioso ver esta distinção na boca de um Francisco Louça, de um Jerónimo de Sousa, ou mesmo de um Jorge Coelho. Então não é esta mesma Esquerda que nunca aceitou a distinção entre Indivíduo Humano e Pessoa Humana proposta pela Democracia Cristã, cujo expoente máximo é o Personalismo, de Mounier? Mas…adiante!).
Assim sendo, em que fase do desenvolvimento é que o embrião passa a ser pessoa? Sabemos que a ciência nos diz que o processo de vida é ininterrupto desde o momento da fecundação. O que falta então para conferirmos ao embrião a mesma dignidade que nos merece a mulher?

2. A formulação da pergunta: basta apenas a grávida manifestar o desejo de abortar. Então e se esta tiver 13 anos, ou 14, ou 15? Bastará dirigir-se a um estabelecimento de saúde e solicitar o aborto? O natural é que não, pois o Estado não lhes reconhece capacidade de decisão. Será, portanto, normal que exija a presença dos pais. Mas então, surge outra questão: o estudo da própria APF (feito por encomenda, diga-se de passagem) demonstra que a maior parte dos abortos são feitos por adolescentes, cuja principal razão é evitar que os seus encarregados de educação descubram. Estas miúdas passarão, por artes mágicas, a conversar com os pais, ou continuarão a recorrer ao aborto clandestino?;
3. Na maior parte dos países onde o aborto é feito a pedido da grávida, esta tem que se submeter a sessões de aconselhamento. Como será em Portugal? Estará um sistema de saúde que não promove educação para a saúde, que não consegue responder a cirurgias urgentes (conheço um senhor que tem marcada uma cirurgia oncológica de carácter urgente há 6 meses), apto a prestar este serviço? Estará este mesmo sistema apto para proceder às determinações legais antes das 10 semanas? Haverão unidades suficientes no país com capacidade para responder, atendendo ao encerramento de centros de saúde, maternidades e à legítima objecção de consciência de alguns médicos?
4. Como procederá o tal sistema repressivo do Estado quando uma mulher fizer um aborto às 11 semanas? Que atitude tomar em relação a ela, à clínica-de-vão-de- escada e à abortadeira? Mas e se for num estabelecimento de saúde legalmente autorizado? Que atitude será tomada em relação à entidade, ou mesmo à equipa?

5. As tais mulheres que não têm dinheiro para recorrer às clínicas espanholas e com as quais parecem muito preocupados os movimentos e partidos pelo Sim recorrerão a estes serviços, se o Estado não garante o seu anonimato?

6. Diminuirá o número de crianças espalhadas pelos bairros de lata, se estas famílias desestruturadas não estão formadas sequer para o uso do preservativo?

Eu sei que os movimentos pelo Sim não querem responder a estas perguntas (são incómodas, não são?), alegando não serem essenciais. Pois, para mim são. Respondam-nas e terão o meu voto!

PS – É curioso que num debate sobre um tema de ético-social, alguns defensores no SIM à mudança da lei façam da sua campanha uma perseguição à Igreja Católica. É ver cartazes contra a Fé dos Outros, são as suspeitas lançadas, são as invectivas, enfim, uma multiplicidade de ultrajes à escolha. Esta contemporaneidade, que assume como politicamente correcto perseguir os crentes, cheira a revolução jacobina. Eu já ouvi mesmo da boca de uma certa esquerda “mata-frades” que o Extremismo Islâmico é mais digno de respeito do que a Igreja Católica. Cada vez mais me convenço que esta não é apenas mais uma teoria da conspiração. A diferença é que, há 100 anos, esta mesma Esquerda usava como argumento para os levantamentos populares a miséria que então grassava, culpabilizando a Igreja por todos os males. Hoje, usa a Cultura, mas o objectivo é sempre o mesmo.

31.1.07

Quem muito se agacha, professora Caré...

Os professores que se manifestaram na Madeira contra Sócrates vão, esta tarde, à PSP prestar declarações pelo facto de terem "ousado contestar o glamoroso primeiro. E eu estou curioso para ver a reacção da sra. professora Caré.

É que, afinal, a maioria daqueles que foram intimados a ir à Polícia são, para além de docentes, dirigentes do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM). O mesmo que a sra. professora Caré dirigiu durante anos. O mesmo que lhe deu a projecção política que hoje tem. ~

São, em muitos casos, antigos "companheiros de armas" da actual deputada socialista. Que fizeram - alguns deles - parte das direcções por ela presididas. E que hoje afirmam "nunca ter passado por situação semelhante", a ponto da intervenção das autoridades só ser comparável às famosas entrevistas "da PIDE" - as palavras entre-aspas são da autoria da actual presidente do SPM, uma das manifestantes intimadas.

Estou em crer que a sra. professora Caré não terá qualquer reacção. É que a cadeira de São Bento é tão... confortável. E o PS-M tão...subserviente.

Esquece-se a senhora professora Caré de uma frase que todos ouvimos da boca dos nosos avós: "quem muito se agacha o rabo lhe aparece". Mas era tão bom que de vez em quando se lembrasse...

A honestidade do Pinho


Com o primeiro ministro Sócrates na cadeira ao lado, o bom do ministro Pinho foi à China dizer que Portugal é um país convidativo para o investimento estrangeiro porque tem, e passo a citar, "os mais baixos salários da União Europeia".


Com esta afirmação, o apatetado Pinho - com o primeiro ministro sentado na cadeira ao lado - revelou a estratégia do Governo para o país captar dinheirinho de fora: Manter os salários baixos e mostrar a pátria lusa "na estranja" exactamente como era apresentada há 20 anos, ou seja, sítio bom para investir porque se paga pouco a quem trabalha.


Resumindo, enquanto todos os outros países da UE (incluindo os "novos") investem na tecnologia e na qualificação da mão-de-obra para atrair investimento, criando estratégias baseadas nesses dois vectores para aumentar a competitividade, Portugal tenta, segundo aquilo que o eufano Pinho orgulhosamente afirmou - com o primeiro ministro da cadeira ao lado - manter os baixos salários, porque essa é a nossa estratégia competitiva.


Creio que pela primeira vez o Pinho foi completamente honesto - com o primeiro ministro sentado na cadeira ao lado. Foi preciso ir à China, mas lá honesto o homem foi... Uma vez na vida. E ficámos assim a saber aquilo que nos espera nos próximos tempos...