Escrito por Mário Beirão, surgiu pela primeira vez em 1937 na Revista da Mocidade, com esta letra:
"Cale-se a voz que, turbada,
Já de si mesma se espanta;
Cesse dos ventos a insânia;
Ante a clara madrugada,
Em nossas almas nascida:
E, por nós, oh Lusitânia,
-Corpo de Amor, terra santa
Pátria! serás celebrada;
E por nós serás erguida,
Erguida ao alto da Vida l
- Nau de Epopeia, a varar,
Ao longe, na praia absorta,
De novo, faze-te ao Mar!
Acesa de ébria alegria,
Soberba de Galhardia,
De novo, faze-te ao Mar,
Que o teu rumo é o verdadeiro!
Se a Morte espreita, - que importa?
«Morrer é partir primeiro»,
Como Camões anuncia !
Querer é a nossa divisa;
Querer, - palavra que vem
Das mais profundas raízes:
Deslumbra a sombra indecisa,
Transcende as nuvens de além
Querer, - palavra da Graça,
Grito das almas felizes!
Querer! Querer! E lá vamos!
- Tronco em flor, estende os ramos
À Mocidade que passa!
Lá vamos, cantando e rindo,
Levados, levados, sim,
Pela voz de som tremendo
Das tubas,- clangor sem fim . . .
Lá vamos, (que o sonho é lindo!)
Torres e torres erguendo,
Rasgões, clareiras abrindo!
-Alva da Luz imortal,
Roxas névoas despedaça,
Doira o céu de Portugal!
Querer! Querer! E lá vamos!
- Tronco em flor, estende os ramos
À Mocidade que passa!"
Crida em 1936, a Mocidade Portuguesa tinha por objectivo "estimular o desenvolvimento integral da sua capacidade física, a formação do carácter e a devoção à Pátria, no sentimento da ordem, no gosto da disciplina, no culto dos deveres morais, cívicos e militares". Objectivo, aliás, muito ao gosto das organizações fascistas da época.
O primeiro Comissário Nacional da Organização da Mocidade Portuguesa foi Nobre Guedes, que utilizou a Juventude Hiteleriana como modelo organizativo. Marcelo Caetano, 2º Comissário, aproximou a OMP da Igreja Católica, retirando-lhe o carácter militarista inicial. Lourenço Antunes foi o último Comissário, até Abril de 1974.
A Mocidade enquadrava os jovens por escalões etários, definidos como Lusitos (7-10 anos), Infantes, (10-14 anos), Vanguardistas (14 aos 17) e cadetes (17 aos 25 anos).
O Decreto-Lei que cria a OMP:
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
20.3.10
Hino da Mocidade portuguesa - Canções salazaristas
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