14.4.05

Carta à TAP

A TAP que temos. Ou uma carta pertinente.

Exm.º Sr. Presidente do Conselho de Administração
da TAP Portugal


Foi com agrado que recebi a vossa carta datada de Março de 2005, na qual me informavam que a TAP tinha aderido à rede Star Alliance, a maior aliança de companhias aéreas do mundo.

E foi também com agrado que passei a saber que agora teria “… mais oportunidades para acumular e utilizar milhas e para obter, mais rapidamente, um estatuto superior de membro, ao voar com 16 das mais prestigiadas companhias de aviação”.

Enfim, fiquei feliz! Deixara de ser passageira frequente Navigator e passara a ser passageira Victoria, um estatuto bem melhor. Adquirira mais benefícios. Tinha ficado a ganhar!

Mas, ao consultar o Guia´05, devo confessar que o meu entusiasmo arrefeceu de imediato.

Na verdade, ao observar o quadro “Milhas necessárias para um bilhete-prémio em voos TAP” verifiquei que, por residir na Madeira, tinha deixado de ser portuguesa. De facto, espantosamente, direi mesmo escandalosamente, as regiões da Madeira e Açores são excluídas de Portugal. E o pobre insular, convertido agora à condição de apátrida, passa a “pagar” mais 10.000 milhas do que um qualquer cidadão de Portugal para se deslocar para qualquer destino TAP.

Sou passageira frequente TAP há já alguns anos e tal discriminação nunca se tinha verificado. Os madeirenses e açorianos sempre foram considerados portugueses no que diz respeito às milhas necessárias para destinos TAP. Infelizmente, agora, constato que o Programa Victoria pretende inaugurar uma época de discriminação para os portugueses insulares.

Discordo! Protesto! Recuso esta inaceitável discriminação e a “perda da nacionalidade portuguesa”! E permita que diga a V. Ex.ª que esta medida discriminatória ofende o artigo 5.º (Território) e o n.º 2 do artigo 13.º (Princípio da igualdade) da Constituição da República Portuguesa.

Que venho exigir?

Apenas e tão só a reposição da situação anterior no que diz respeito às milhas necessárias para a obtenção de bilhetes-prémio, que sempre igualou um residente insular a um qualquer residente no território continental português. Apenas e tão só que a TAP e o seu Programa Victoria respeitem a minha condição de portuguesa e não me discriminem por ser uma ilhéu.

Atenciosamente,

Ana Maria Gonçalves de Jesus Ghira
TP 281 159 314
Residente na Região Autónoma da Madeira, Portuguesa.

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