5.6.05

As mulheres dos socialistas

Duas mulheres disputaram a liderança de uma coisa com o sugestivo nome de Mulheres Socialistas: uma moça de 32 anos e uma menos moça de 45. Desconheço o tipo de fauna que participa activamente neste jogo de aberrações e desconheço também o resultado das eleições deste programa da vida real. Mas ao recordar meia dúzia de notícias saídas sobre o assunto (incluindo um inenarrável artigo publicado a semana passada num jornal de referência) não me lembro de uma única ideia da D. Sónia Fertuzinhos ou da D. Maria Manuela Augusto para bem do país ou para bem do Partido Socialista. Minto: uma ideia parece habitar nestas mentes brilhantes o que, acreditem, não sendo pouco, é pelo menos raro. Mas espantem-se, porque a ladainha é a costumeira e a ideia não é original: passa pela pedincha de lugares de destaque em listas que dêem tachos bem remunerados, numa proporção apontada para os 30% mas que aparentemente tem de chegar aos 50. Claro que pelo meio vocifera-se qualquer coisa sobre ética, participação igual entre sexos, oportunidades, capacidades e outras coisas do género que soam bem e que são politicamente correctas. Conhece-se a táctica. Pessoalmente conheço mulheres que gostam muito de evocar a sua condição feminina. Mas nada como ganhar na secretaria aquilo que, normalmente, não se consegue ganhar dentro de campo. Acreditem que é mais fácil, é mais simples e dá muito menos trabalho.