12.11.06

O que move Maximiano Martins

Não existem muitos socialistas madeirenses que mereçam o meu reconhecimento e admiração. Maximiano Martins foi uma excepção. Não só pela sua competência técnica e política, mas pelo facto de denotar um profundo sentir democrata. Por isso, sempre me pareceu que o deputado reunia condições óptimas para vir a ser, um dia, candidato a presidente do Governo Regional.
Todavia, nos últimos tempos, as suas atitudes têm sido uma desilusão. Isso mesmo fiz saber ao deputado, através de carta, aquando da polémica sobre o Centro Internacional de Negócios da Madeira (proposta para descida de IVA para as empresas de novas tecnologias). Na ocasião, o deputado teve a amabilidade de responder e reservando-me o direito de não publicar a sua resposta - não me parece curial, tendo em atenção que a troca de respondência obedeceu a um critério de eleitor-eleito - , retiro apenas uma citação; Maximiano Martins afirmou-me: Eu defendo, segundo o meu critério e a minha consciência, os interesses mais gerais da Madeira, dos madeirenses e do meu país.

Na ocasião, a sua afirmação bastou-me: afinal, podia divergir, mas teria que reconhecer a legitimidade da posição contrária. Todavia, desde o debate na 2, no passado sábado, as suas palavras têm me atormentado e não me saem da cabeça. Para quem não viu, quando inquirido sobre a bondade da proposta do Governo para a Lei das Finanças Regionais (LFR), o deputado eleito pelo círculo eleitoral da Madeira apenas soube dizer, em sua defesa, que a actual lei previa a sua revisão em 2001. Nada sobre a violação do Estatuto Político-Administrativo da Madeira, nada sobre o empolamento do PIB devido ao off-shore, nada sobre a real perda de fundos que a RAM irá sofrer e que, mais do que o Governo Regional e o seu presidente, irá prejudicar o povo madeirense. A sua posição foi não só frustrante, mas agoniante. Que interesses mais gerais da Madeira poderia o deputado defender com a apologia desta proposta do Governo, que prejudica objectivamente e de facto o povo madeirense? Para mim, foi a gota final que fez transbordar o copo: não tenho mais ilusões sobre o que move o deputado Maximiano Martins. Hoje, sei bem que a defesa clubística do seu partido é mais importante do que a defesa da Madeira e dos madeirenses. E isso jamais poderei aceitar.


4 comentários:

Anónimo disse...

Que se torne independente e venda banana. Que prove que afinal não depende do continente, que tenha rigor...

uma madeirense não socialista

Tino disse...

Sou Madeirense, Portugês, socialista e democrata. A minha visão do que é melhor para a Madeira e para o País não é, nem nunca será imposta por ninguem, muito menos por quem quer que seja do PSD.
O endividamento excessivo não é bom para a Madeira, por isso defendo a nova LFRA.
O défice excessivo não é bom para a Madeira, por isso defendo a nova LFRA.
O excessivo gasto com pessoal não é bom para a Madeira, e além disso torna os nossos cidadão mais dependentes do estado e degrada a nossa democracia , por isso defendo a nova LFRA.
A responsabilização é uma condição essencial da autonomia, por isso defendo o que considero ser melhor para a Madeira, a nova Lei das Finanças das Regiões Autónomas.

http://farpasdamadeira.blogspot.com/2006/11/leis-e-justia.html

Anónimo disse...

Quando andaram a mamar à tripa forra os fundos comunitários e as verbas do orçamento de Estado nunca estiveram preocupados com o povo madeirense. Agora que a teta lhes vai faltar é que andam preocupados com o Zé povinho. Ah! povo enganado. Corram com estes demagogos do poleiro o mais rápido possível, caso contrário vão ficar depenados até ao tutano.

Anónimo disse...

Vai mas é levar no cu com essa da admiração. Tu o que queres é saber como é que o JM continuará a pagar o saláriozinho, e as benecessinhas que como pseudo jornalista medíocre vais recebendo. Sabem lá o que é o interesse nacional, repartição de verbas em função de estratégia equitativa de desenvolvimento. Têm visto o Algarve e Lisboa a fazer barulho. Os seus cortes são bem mais violentos e os seus efeitos muito mais ruínosos.
Mas continua a escrever e a defender o chefe que é uma forma de nos divertirmos.

Beijos