12.11.06

Viva Portugal

1 - Foi bonito ver no Expresso desta semana Miguel Sousa Tavares elogiar o melhor primeiro-ministro português. Fiquei sensibilizado e deduzo que Sócrates também terá ficado. Começo a achar que mais dia, menos dia, MST vai mesmo para a RTP. É bonito ver que a amizade entre os dois prolifera a olhos vistos. O que é óptimo porque a amizade é uma relação nobre. Gostava é que o MST deixasse aquela sua pose de eu-que-sou-isento-tenho-reserva-moral-para-dizer-tudo-o-que-me-apetece. Porque também começamos a perceber que as suas opiniões estão profundamente inviezadas pelas suas crenças pessoais. Era bem melhor que o opinion-maker assumisse que gosta de fazer favores ao PS de Sócrates, como já assumiu que não gosta de Jardim. Pelo menos era mais honesto.

2 - De Santarém, nada de novo: os fiéis socialistas continuam a beijar o chão que Sócrates pisa. Esperemos que não sejam espezinhados.

3 - Parece que a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) vai investigar as pressões do PS aos jornalistas da RTP. Não percebo o silêncio do Sindicato dos Jornalistas que ainda não tomou qualquer posição sobre o assunto. Mas continuo à espera.

4 - Sócrates diz ouvir a rua. É pena que este fabuloso democrata não oiça os jornalistas quando lhe fazem perguntas incómodas. Não são muitas vezes, mas sempre que acontece Sócrates dá a sua melhor parte e o que mais gosta de dar: as costas. É interessante o processo de transformação que afecta o nosso PM: no início, sempre que a pergunta ponha em causa as suas posições, Sócrates assumia a postura de virgem ofendida e dizia: pelo amor de Deus! Agora, fica com ar furioso, não responde e pressiona, por trás do pano, os jornalistas. Cheira-me que qualquer dia começa a esmurrá-los. O que até nem seria mau, para ver se acordam e deixam de proteger este governo miserável.

5 - Por falar em jornalistas, é usual ver, nos dias que correm, a comunicação social questionar a progressão automática na carreira dos professores e demais função pública. Será que a rapaziada esquece que também eles têm um sistema de progressão automática? Afirmam que nem todos os jornalistas podem ser editores. Ora, pois bem, mas também nem todos os professores pertencem aos órgãos dirigentes das escolas.

Definitivamente, a falácia toldou a mentalidade a esta gente.

3 comentários:

Anónimo disse...

Seria bom a Entidade dita Reguladora ouvir os assessores sobre a situação na RTP.
A progressão dos assessores é mais vertiginosa do que a dos jornalistas e professores. Viva os assessores.

Ricardo Figueira disse...

Convém não esquecer de apontar o dedo à RTP Madeira que mostra a toda a hora o Dr. Jardim a falar de cátedra e sem direito a contraditório, a inaugurar mais uns centímetros de estrada aqui uma casa de banho ali e corta mais uma fita na quinta fase de expansão de um túnel qualquer.

Tudo bem que é preciso transmitir qualquer coisa mas qualquer pessoa que viva na Madeira ou que lá tenha vivido consegue perceber que nem todos têm o espaço justo para falar. A RTP-Madeira deve-se ter inspirado numa televisão qualquer da América Latina.

Anónimo disse...

"O talento é feito na solidão; o carácter, nos embates do mundo." Goethe

Revelas uma personalidade muito forte, um carácter, nos embates do mundo. Senti-me tentada a desafiar-te para escreveres positivamente sobre um qualquer assunto...
Penso que seria muito interessante...