Algumas associações que se dedicam à luta pela igualdade entre homens e mulheres, barafustaram contra “a Bela e o mestre”. Dizem os seus membros que o programa passa uma má imagem das mulheres, o que não contribui em nada para a sua emancipação e para a causa que todos os dias encetam em prol da igualdade de género. O argumento vale o que vale, o que deste tipo de associação diz tudo. Mas é óbvio que as senhoras, muito preocupadas, omitem pormenores essenciais decisivos para se compreender semelhante tergiversação.
Em primeiro lugar, ninguém está no programa obrigado; em segundo, o programa é uma perfeita e inocente brincadeira que procura ridicularizar um verdadeiro lugar comum e uma ideia feita sem sentido nenhum; e em terceiro, omite o papel dos rapazinhos, aparentemente cultos, que participam no bailarico.
Querer ser mais papista que o papa tem destes problemas insanáveis. Infelizmente, para alguns, o mundo não gira à volta de certos umbigos nem do quintal de casa. E querer passar a imagem da exploração feminina usando um programa de televisão revela bem a inocuidade de certas mentalidades pouco mais que arcaicas.
Confesso que não tenho a certeza do que é pior: se gente bonita que é burra, se gente feia que se julga inteligente. Ainda assim, estar por estar, prefiro estar com as primeiras. Por razões evidentes.