Quando se ousou solicitar a intervenção do(s) governo(s) para a resolução de problemas sociais que resultam da avareza (como muito bem classificou o Comissário Europeu da Economia, Joaquim Almunia) do mercado financeiro - mas que se aplica a qualquer sector empresarial porque o móbil das empresas é a produção de valor e não outro qualquer - apareceram uns puristas liberais a gritar que não podia ser, porque o mercado regula-se se for livre e outros que se escudavam nas directivas europeias para jurarem a pés juntos que o governo português não poderia intervir (como se o risco fosse para aí uma invasão bárbara - sim, por favor, grito eu). Agora, vemos bancos centrais a intervirem descaradamente nos mercados e empresas públicas a adquirirem monopólios (sim, porque a GALP tinha de ser privatizada, mas o capital pode ser da Sonangol, que é um fundo controlado pelo estado angolano) e parece que não há problema nenhum.
Então, se for o estado português o detentor de empresas, não pode ser, mas se essas mesmas empresas forem adquiridas por empresas estatais angolanas, chinesas e do raio-que-os-parta, já não há problema? Que raio de directivas são estas, alguém me pode explicar?
1 comentário:
Ainda não consegui ouvir qualquer comentário capaz de abarcar a gravidade da situação económica mundial decorrente dos problemas que vieram acumulando os americanos e das suas recentes soluções.
Previsões:
-Queda do dólar;
-Aumento dos preços do crude e consequentemente dos combustíveis;
-Inflação contagiosa a nível mundial;
-Aumento dos juros apesar desta extraordinária oferta de liquidez;
-Aumento dos preços;
-Baixa dos preços no imobiliário;
-Estagnação dos salários;
-Não tomada de dívida por falta de liquidez dos bancos e por falta de capacidade dos particulares;
-Redução significativa do consumo;
-Aumento do desemprego;
-Instabilidade bolsista com grandes variações diárias e contraditórias (sobe hoje 8%, amanhã desce outros 11%);
etc, etc
Estes biliões que os EUA e Europa, etc têm introduzido no mercado serão pagos pelo cidadão comum sob forma de inflação e impostos. Os EUA foram o principal responsável pelo problema mas serão os que menos pagarão pelos seus erros pois conseguem exportar a sua inflação para o exterior sob a forma de dólares que pouco valem mais do que o papel. Dólares que o mundo se vê obrigado a comprar pois só com eles é que é possível transaccionar crude. O aumento do crude interessa aos americanos pois obriga o mundo a adquirir mais dólares para adquirir a mesma quantidade de crude. As economias asiáticas e árabes vendo-se inundadas de dólares acabam por devolve-los aos americanos ao adquirirem títulos do tesouro (dívida americana). E o "jogo" prossegue infinitamente até os EUA não conseguirem pagar os juros (serviço da dívida) pois ninguém espera que paguem o capital. Os países credores dos EUA nada podem fazer que conduza o EUA à bancarrota pois com isso perdiam o capital, os juros e um enorme mercado de consumidores.
Resumindo: o mundo caiu numa armadilha ao aceitar em 1973 o dólar como moeda de referência em vez do ouro. O mundo acaba por trabalhar a troco de papel e nada pode fazer pois estaria a condenar-se.
Entretanto as medidas recentes que visam salvar as grandes empresas financeiras e os mercados de capitais não farão mais do aprofundar a agonia, amplia-la e prolonga-la.
Da minha parte, com os instrumentos certos, farei por tirar proveito da situação...não vai ser a proibição do short sell que me impedirá...
Enviar um comentário