23.9.09

Epístola a Tino

Sei que o Tino não gosta de rótulos (curioso que utilize epítetos como “besta”, “cão”, “pulhas” entre outros, o que demonstra que ao nível de vernáculo, embora não goste, não lhe falta vocabulário), mas as vezes eles – os rótulos - são úteis para classificar. Eu cá gosto e sou generoso a distribui-los.
E assim sendo e atendendo ao post que demonstra uma virgindade e uma elevação únicas (pergunta lá o que pensam dessa tua elevação os alvos das tuas invectivas, aquando da escolha de Rui Caetano para encabeçar a lista do PS à CM do Funchal!), cá estou eu para, generosamente, atribuir mais uns.
Antes de mais, permite-me esclarecer que se algum dos conspiradores tem falta de elevação sou eu. Não generalizes a todos os meus companheiros de blog. Alguns até demonstram uma grande elevação, com escritos impolutos e não devem ser confundidos com o meu estilo brigão. Aliás, como de resto não o faço com o Farpas, porque os adjectivos com que te mimo não são, automaticamente, extensíveis aos teus colegas de blog. E repara que apenas te mimo com eles em algumas situações, o que, para uma discussão intelectualmente séria, é fundamental ter presente.
Posto isto, é óbvio que só posso considerar um absurdo defender a pureza de comportamentos do PS de Sócrates. Como também só posso considerar néscio alguém que defende a inocência deste governo. Como, igualmente, só pode me parecer palermice defender-se a democraticidade de um governo que quer (e consegue) controlar a comunicação social, as empresas e todos os demais sectores da sociedade (não percebo essa tua coerência, que varia de acordo com os pontos cardeais – e não me venhas acusar do mesmo, porque só demonstraria que nunca entendeste nada do que escrevi). Como obrigatoriamente tenho de considerar lacaio quem não se distancia dos comportamentos que este governo já nos habituou.
Assim sendo, reconheço muita importância aos adjectivos.
Mas, caro colega, não se pode exigir discussão de ideias aos outros quando nos convém, esquecendo que discutimos carácteres quando nos apetece. E tu fá-lo muitas vezes! Tu, e outros.
Existe, contudo, uma diferença: é que eu assumo tudo o que escrevo, sem me refugiar no anonimato, ao contrário do que se passa com muito boa gente que pulula na blogosfera, ora assumindo a sua identidade quando quer apresentar uma postura digna, ora tecendo ofensas anónimas, quando lhe falta em coragem o que sobra em imbecilidade. E tenho certeza de que conheces, como eu, muitos casos destes.
Quanto às ideias, olha que parece que apenas lês aquilo que te interessa. E não vou perder tempo e "apanhar" links. Mas dando de barato que não discuto ideias, também era só o que faltava. No blog para onde fui gentilmente convidado a escrever, faço-o sobre o que me der na real gana. E se apenas me apetecer distribuir bordoada, é isso que faço. Com estilo de rua, por vezes, é certo. Mas sempre devidamente identificado, o que pelo mundo da blogosfera é já uma qualidade rara!

PS – Não me elevo rebaixando ninguém. Porque apesar de me ter em boa conta (e, curiosamente, os meus sogros também!), tenho perfeita noção da minha dimensão (e jamais me consideraria um bom candidato para encabeçar qualquer lista, de qualquer partido, a qualquer município)!

3 comentários:

amsf disse...

É de supor que o governo a que te referes é o AJJ! Encaixa que nem uma luva!

"Como, igualmente, só pode me parecer palermice defender-se a democraticidade de um governo que quer (e consegue) controlar a comunicação social, as empresas e todos os demais sectores da sociedade (não percebo essa tua coerência, que varia de acordo com os pontos cardeais – e não me venhas acusar do mesmo, porque só demonstraria que nunca entendeste nada do que escrevi). Como obrigatoriamente tenho de considerar lacaio quem não se distancia dos comportamentos que este governo já nos habituou."

Anónimo disse...

“Existe, contudo, uma diferença: é que eu assumo tudo o que escrevo, sem me refugiar no anonimato, ao contrário do que se passa com muito boa gente que pulula na blogosfera, ora assumindo a sua identidade quando quer apresentar uma postura digna, ora tecendo ofensas anónimas, quando lhe falta em coragem o que sobra em imbecilidade. E tenho certeza de que conheces, como eu, muitos casos destes”.

Uma atenta consulta ao seu perfil ficamos a saber que é um jovem de 34 anos e é do signo Gémeos. Interessa-se por Política (toranja, acrescento eu), entre outras coisas, igualmente, edificantes para a inteligência humana e plenas de virtudes. Partilha connosco o seu gosto pela senhora Jennifer Lopez, enquanto actriz, dada a sua capacidade de trabalho e versátil talento. Gosta da senhora Dulce Pontes e de Metallica. Gosta, por fim, de Isabel Allende e Fernando Pessoa. Muito bem!!

Se isto é assumir a sua identidade aos seus (certamente muitos) leitores, vou ali e já venho! Não basta assinar um escrito para, com alguma pesporrência, poder dizer que “não se refugia no anonimato”. O que faz V. Exa. na vida? Qual o seu ganha-pão? Qual o seu percurso profissional? Qual o curriculum académico? Não sabemos….

Só sabemos, caro Sancho, que você tem barriga e alguma pança!!

PS – Não deixa de ser diplomaticamente enternecedora a humildade com que reconhece a sua “falta de dimensão” para exercer um cargo politico-partidário, ainda que se tenha em boa conta e tenha a superior aprovação dos senhores seus sogros. Mas deixe-me que lhe diga, caro Sancho, que o seu perfil não anda longe do perfil daqueles que ocupam elevados cargos na nação e nos dirigem do alto das suas douradas poltronas. Você até gosta de Fernando Pessoa; eles, se calhar, nunca tiveram o prazer de o ler, não percebem nada de finanças, nem devem ter biblioteca. Portanto, não tema e avance!!! Terá o meu voto!!

Sancho Gomes disse...

Car@ anónim@,

Não costumo responder a comentários anónimos, mas alguém que se dá ao trabalho de verificar o meu perfil para escrever tão longo comentário, a um post pesporrento, é merecedor@ da deferência.
Antes de mais, deixe-me que lhe diga que, como católico, não gostei que tivesse identificado Jesus com os políticos portugueses. O próprio Fernando Pessoa é capaz de ter ficado revoltado.
Quanto à minha identificação, alguém tão astuto e perspicaz como o meu caríssim@ já terá reparado, com certeza, que sabe mais de mim do que eu de si. Mais, pode até entrar em contacto directo comigo, via correio electrónico, pois tem esse meu contacto.
Pode não parecer muito: não acrescenta nada ao conhecimento que tem acerca da minha pança (que também parece conhecer bem!), nem o elucida acerca do meu trabalho, do meu percurso profissional, nem do currículo académico. Contudo, tem já uma base suficientemente abrangente para chegar até outros níveis de conhecimento. E essa é a diferença entre nós: é que eu, sobre si, nada sei. Tanto quanto me é dado a conhecer, você pode não passar de simples spam, de lixo digital que vem cá bater, apesar da preocupação que tivemos em inserir a verificação de palavras para despiste desses desperdícios.
Receba os meus cumprimentos,