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Há algo de mítico na imagem de Francesca Schiavoni deitada por terra, com a saia e o top brancos cobertos de pó de tijolo, com os cabelos emaranhados e colados à nuca. Na imagem, as mãos estão firmemente colocadas no solo, não se sabendo se impedem a queda ou se representam a força impulsionadora que levará Francesca até onde a aplaudem, até ao lugar onde ela sempre quis estar, o centro do mundo.
A expressão de Francesca é um misto de euforia e da raiva que se solta no momento da vitória. Porque Francesca venceu, pela primeira vez. Porque pela primeira vez as pernas não a traíram. Porque pela primeira vez os braços e as mãos não hesitaram no momento da pancada, no exacto momento do impacto. Porque pela primeira vez conseguiu fechar os olhos e imaginar-se no centro de todas as coisas. Ainda que só por uma vez, Francesca venceu, por isso todos os erros valeram pena.
Francesca venceu. Pela primeira vez. Talvez pela última vez.
Nota: foto retirada daqui.
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