Tenho estranhado o silêncio das organizações feministas portuguesas à condenação à morte, por lapidação, da iraniana Sakineh Ashtiani, por adultério.
Como poderiam estas organizações, sempre tão expeditas em condenar qualquer atitude que lhes cheire a discriminação sexual, estar caladas perante uma violação tão grave aos direitos humanos?, pensava eu. Bem sei que a Venezuela, a Bolívia e o Irão são os mais recentes aliados da esquerda portuguesa (que se juntam a Cuba e à Coreia do Norte). Mas esta não me parecia razão suficiente para este silêncio, pelo que andei a deambular por sites ver se descobria algum protesto, alguma veemente condenação.
Não encontrei! Sobre isto, o movimento feminista português foi a banhos e nada tem a dizer!
Descobri, não obstante, algumas coisas “interessantes” que não deixam de impressionar. Pelo menos a mim, que sou impressionável.
Descobri que a UMAR representa mais os interesses da comunidade gay do que as mulheres (heterossexuais). Pelo menos a julgar pela página de apresentação do seu site, onde em cinco destaques, dois são sobre causa gays, dois sobre o umbigo da associação e um sobre literatura. Defesa dos direitos das mulheres? Nicles batatóide!
Também no site, descobri várias páginas, estudos, etc., sobre o “direito” do aborto. Sobre fertilidade ou apoio a jovens mães, que o queiram ser, népia, como se a procriação e a maternidade não fossem direitos da mulher.
A UMAR quer novas instalações. Ao que parece, o espaço onde está alojada não reúne condições para a actividade que desenvolve.
Vi que tinham uma petição e, julgava eu, que servia para recolher donativos para requalificação do espaço. Não, ledo engano.
Esta associação, que ocupa há anos um espaço municipal de Lisboa e que deixou se deteriorar, quer que, agora, a Câmara Municipal de Lisboa pague a construção de um espaço para si. Li, impávido, na petição: “Deste modo, as pessoas abaixo-assinadas, conhecendo e reconhecendo o valor da intervenção da UMAR apelam a que seja encontrada uma situação condigna através da criação de um Centro de Cultura e Intervenção Feminista na Cidade de Lisboa que envolvesse diversas vertentes: espaço para o centro de documentação, livraria, exposições, realização de debates, concertos, teatro, performances, instalações, formação, atendimento/reencaminhamento a vários níveis.”
Ora, sendo esta uma associação sem fins lucrativos com um âmbito de intervenção próprio, definido e limitado, como é que pretendem que seja o erário público a financiar a sua actividade que é privada? Como podem exigir que aqueles a quem costumam acusar de fascistas e reaccionários, que discordam das suas posições sobre o aborto, sobre as causas gays, financiem a associação? Têm uma agenda própria (legítima, de resto) que querem manter? Pois bem, financiem-na!
Se querem novas instalações, procedam como as restantes milhares de associações do país: façam uma gestão equilibrada e cuidada da tesouraria, façam recolhas de donativos, promovam actividades lucrativas. Mas façam a V/ expensas, porque não estou para pagar a uma actividade com a qual discordo.
Bem sei que andam habituadas a viver de subsídios, mas aqui está uma boa oportunidade para se emanciparem…
7 comentários:
A redução do trabalho feito pela UMAR ao longo dos anos a meia dúzia de pontos não pode pretender ser uma crítica séria.
Percebo que seja essa seja a leitura diagonal que faças pela visita à página, principalmente quando quando é essa a leitura que queres fazer. Mas era boa ideia navegares por alguns dos links que lá estão e não apenas pela página principal.
Mas o post também não é para levar a sério, pois não?
Ah e faz outras coisas importantes? Então não pode ser criticada pelas tontices que faz...
Era só o que faltava, não? E estranho vindo de ti, tu que tanto criticas partes da Igreja, como se fossem um todo...
Quanto à leitura diagonal, que eu saiba aquilo é um site e não uma plataforma de acesso limitado a especialistas. A UMAR "vende" na entrada do site aquilo que quer, tal como fazem os jornais com a sua primeira página. Não fui eu que inventei! Assim, a UMAR assume que aquela é a "cara" que quer assumir como sua.
Já relativamente ao post, não é para levar a sério, claro que não (como de resto é para levar pouco a sério o que escrevo no blog) mas não rebates os factos que enuncio... Não são verdadeiros? Não quer a UMAR que a CML pague novas instalaçãozinhas?
Já agora, deixo-te uma sugestão, que podes fazer à associação: para reunir um dinheirinho, sigam os as boas práticas, já testadas, das comunidades católicas e façam uma quermesse, vendendo o fruto do trabalho das associadas. Eu passaria por lá para comprar uns bolinhos e ajudar a UMAR. Nunca comi bolo feito por feministas (afinal, conheço-te há muitos anos e nunca me fizeste um bolo) e há sempre uma primeira vez para tudo (levas na sexta, levas?!).
Não tenho pachorra para os teus maniqueísmos e falta de informação. Falas do que não sabes nem queres saber. E para isso não tenho paciência.
Quanto à página da UMAR, apenas solicitei que navegasses pela página e não ficasses pela página inicial. Mas é pedir muito, não é?
A ver se te levo um manual de lógica na sexta, para revermos as falácias.
Obviamente levas tu o bolo. até te compro uma fatia.Mesmo que seja para a quermesse da tua paróquia. Como sabes, sou sensível ao activismo, mesmo que seja em nome de uma religião.
Em momento algum disse que os pontos constantes da página inicial são "tontices". Apenas ressalvei que não esgotam o trabalho da UMAR.
Para mais alguns esclarecimentos, e como se fosses uma criança de quatro - vá, três anos, deixei no blog alguns esclarecimentos sobre como podes descobrir mais elementos na página da UMAR: http://umblogquesejaseu.blogspot.com/2010/09/o-que-o-sancho-poderia-ter-encontrado.html
Tanto barulho para não esclarecer nada. Mas lá que a UMAR anda demasiado calada lá isso é verdade. Porque será? Por ser verão? Ou porque há coisas que não interessa tocar?
Esclareça lá, caríssima/o anónima/o que coisas é que não interessa tocar, que estou em pulgas (apesar de ser Verão).
É que de missivas anónimas andamos fartas/os.
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