Esta Constituição não nasceu de uma reflexão sobre o que é a Europa e sobre as bases em que crescerá.
A Europa é o quê? Um espaço geográfico? Um espaço político? Um espaço de partilha cultura e de valores civilizacionais? Um bloco económico? Uma mistura destes todos?
Afinal, de que falamos quando nos referimos ao conceito de Europa?
Sem estas definições, é impossivel responder a perguntas simples. Exemplos: deve, ou não, a Turquia entrar no espaço único europeu? Deve a Europa receber, no seu seio, países de forte influência europeia, mas que, geograficamente, não pertencem ao espaço continental compreendido entre o Atlântico e os Urais? O alargamento a leste deve continuar?
Quais serão as directrizes da política externa comum? Previlegiará o eixo Atlântico? O Leste? Países lusófonos? francófonos? Tudo? Nada? Em resumo, que figura fará essa espécie de "senhor PESC" refrescado? Para onde irá?
Este é o tempo certo para responder a estas questões. Para percebermos onde vamos. Para parar e pensar. O Tratado Constitucional é, por isso, um passo maior do que a perna. E, se for aprovado, acabará por matar a própria Europa, asfixiando-a num rol de contradições. É por isso que qualquer europeísta deve estar contra este suposto avanço.
Só para terminar, aconselho a leitura de um texto magnifíco do filósofo espanhol Gustavo Bueno sobre a Constituição. Está em http://www.nodulo.org/ec/2005/n036p02.htm
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