1.6.05

Fundo da gaveta

A Espanha dera um sim condicional. A França votou não. Espero, honestamente, que a Holanda siga o exemplo gaulês. E que o Tratado Constitucional - "mera simplificação dos tratados anteriores", dizem os defensores do sim - siga alegremente para o fundo de uma qualquer gaveta.

Pena que em Portugal se procure evitar o debate. Se tente, a todo o custo, esvaziar o conteúdo político do Tratado. E se teime na decisão de fazer o referendo em simultâneo com as "autárquicas".

Post-Scriptum 1: Curiosa a posição assumida por alguns intelectuais da esquerda moderada face ao comportamento dos eleitores franceses. Após anos a elogiar o esclarecido e culto povo gaulês, vêem agora dizer que os franceses votaram não por razões de política interna denotando, por isso, alguma falta de discernimento...

Numa coisa estou de acordo com eles: há na Europa um notório distanciamento entre a classe política e a generalidade dos cidadãos. As posições face à construção europeia são prova disso. E não significam que haja pouca informação, ou que os eleitores sejam pouco sensatos...

Post-Scriptum2:O sítio do Não (www.sitiodonao.weblog.com.pt) continua a contribuir para o debate.

3 comentários:

Anónimo disse...

Não (ou a vã glória de mandar)!

Anónimo disse...

Mais Manoel de Oliveira NÃO. Deixem o homem fazer mais uma obra de arte cinematográfica e não o metam no meio do NÃO. Ainda tem um rasgo de loucura e faz um tratado cinéfilo sobre o NÃO. Que seria de nós ouvir Leonor Silveira e companhia LDA, DIZER...não, non, NÃO,...NOT, etc.etc.........

Angel Anjo

Anónimo disse...

Não me parece que os franceses e os holandeses tenham votado NÃO por desconhecimento.
Votaram NÂO exactamente porque conhecem bem a proposta do texto do tratado constitucional ao contrário de nós, portugueses.
Votaram NÃO porque pesaram as vantagens e as desvantagens e perceberam que são mais as últimas que as primeiras.
Para os nossos políticos e "comentadores" que não aceitam o NÃO era necessário arranjar uma justificação para a decisão da França e da Holanda e apelidar os cidadãos destes países de ignorantes é uma desculpa que para muitos lusitanos até pode pegar.