O Dr. Carrilo ameaça bater com a porta e abandonar a sua formosa candidatura a Lisboa. Percebo-o perfeitamente: o Dinis Maria afinal ainda não consegue articular um ensaio inteiro, o Eduardo Prado Coelho sozinho não chega para as encomendas e o antigo namorado da Bárbara (um tipo também conhecido por "cabelo azul") voltou à apresentação de programas de televisão. O pessoal do marketing, desesperado, também entende que a coisa assim não vai lá e que a conjugação dos planetas não está a ajudar o pobre político-filósofo (ou será filósofo-político?).
O Dr. Carrilho medita por isso profundamente. E medita profundamente à procura de algo que evite o naufrágio que as sondagens prometem. Por um lado, pode fugir (desistindo); e por outro, pode deixar-se ir de fantasia em fantasia até à estocada final (candidatando-se). Dê por onde der, um e outro caminho adivinham o fim do mito e são a prova provada que os intelectuais populistas também se abatem.
"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro