3.8.05

Chamar os bois pelos nomes

Uma alemã matou, ao longo dos anos, nada mais nada menos, do que nove filhos recém-nascidos. O crime é hediondo e abjecto. E não merece qualquer perdão ou tolerância, como é bom elucidar.
Geralmente nestas coisas várias justificações saltam à vista. Ou é consequência da nossa indiferença ou é problema nítido de distúrbio mental ou é ainda resultado da sociedade desigual que construímos. Muita gente adora este tipo de retórica. Sabe bem, cai bem e, sobretudo, iliba-nos confortavelmente dos crimes praticados por outros, criando à volta uma espécie de legitimação. Mas outro tipo de explicação existe ou tem fundamento. Trata-se da maldade humana; ou do mal que o homem pode fazer aos seus semelhantes. Claro que a esquerda, e muitos positivistas, abominam esta ideia radical e fundamentalista (sem cabimento no pós-modernismo e no actual relativismo), crentes que são que a sociedade perfeita gera homens perfeitos.
Talvez fosse bom parar para pensar e dizer as coisas tal como elas são. No fundo, em qualquer sociedade, em qualquer lugar, há gente má que faz e pratica o mal gratuitamente e sem precisar de nenhuma legitimação mental ou social. O caso desta alemã é um exemplo nítido. Não tenhamos medo de chamar os bois pelos nomes.