3.8.05

O dia do táxi

A AITRAM (Associação dos Industriais de Táxi da Região Autónoma da Madeira) está em polvorosa. E a cabeça do presidente foi a primeira a rolar. Motivo singelo: pediu maior fiscalização por parte da polícia para que certos colegas deixem de abusar da sorte. Claro que a coisa não caiu bem entre os associados, habituados a outro tipo de mordomia e consideração, que não perdoaram a traição e a denúncia. Transparência para quê? Dignidade para que serve? Rigor? Disciplina? Coisas de outro mundo certamente.
Entretanto as listas para a eleição da nova direcção da AITRAM já mexem. A RTP/Madeira foi à caça dos candidatos a presidente das três listas já existentes e conseguiu entrevistar dois deles que rapidamente prometeram o céu na terra enquanto lavavam as mãos dos erros anteriores.
Uma das listas aposta, por exemplo, numa mudança estatutária por forma a prever situações que “não estão previstas”. Não sei se aqui se prevê alguma nova regra que impeça o futuro presidente de exigir maior fiscalização por exemplo.
Mas verdadeiramente inédita foi a ideia apresentada pelo ex-Vice-Presidente da anterior direcção que agora também é candidato a presidente. A ideia é, nada mais nada menos, do que o dia do Táxi associado a uma festa. Razão argumentada (por favor, não rir e ler até ao fim): se o PSD/Madeira tem o dia da sua festa, o táxi também pode ter a sua. Se o ridículo matasse...
Desconheço que tipo de gente vota em senhores com estas ideias, mas o que mais me preocupa nesta eleição é o prenúncio. O prenúncio para onde caminha a democracia.