13.8.05

Regressando lentamente

Uns partem de férias; outros regressam. Um vai-vém constante sem fim à vista. Este ano o destino prometido é o Brasil. Uma fúria imensa para conhecer o Brasil, as suas praias, as suas gentes. Barato, dizem eles. E barato, dizem as agências de viagem que empacotam seres humanos como se empacotam pipocas. Tudo são “quantias módicas” e “condições excepcionais” e até, pasme-se, "facilidades de pagamento". Aviões cheios, barulho, entusiasmo, excitação. Todos procuram meia dúzia de dias de sonho, longe da vidinha, do stress, do vizinho, da inveja. Querem ser reis e príncipes e donos exclusivos dos dias e das noites. A maior parte quando regressa traz no peito a t-shirt, no pescoço os artefactos e na mala as fotografias. O Brasil é “lindo”, o Brasil é um “espanto”, a “caipirinha original é muito forte”. O mundo pequeno-burguês no seu melhor. Para o ano há mais.