Não tenho nada pessoal contra o Dr. José António Cardoso, pessoa que tenho por ser simpática e séria. Mas creio que a entrevista que hoje deu ao Jornal da Madeira não contribuíu em nada para a luta que diz travar. Quer na forma, quer no conteúdo, Cardoso é excessivo e isso permitirá que a outra parte se vitimize.
Pior ainda foi a escolha do meio. Dar a entrevista ao Jornal da Madeira - não está em causa a qualidade do trabalho jornalístico, que fique claro - permite várias leituras políticas. Que não são nada abonatórias para o antigo líder do PS. E que jogam contra ele.
A posição de Jacinto Serrão está fragilizada. É óbvio. Não adianta, ao actual líder do PS, dizer que subiu em número de votos e de mandatos quando os principais objectivos a que se propôs cairam por terra. Jacinto Serrão dizia querer ganhar a Câmara do Funchal. O que se vê é que o PS, para além de ter descido no número de votos, perdeu a totalidade dos vereadores, entregando o lugar a três independentes. Serrão dizia que iria ganhar a Ponta do Sol. E perdeu. Dizia que queria ganhar Machico. E perdeu claramente. Dizia que queria ganhar São Vicente. Perdeu. Enfim, perdeu uma óptima oportunidade. Até de estar calado. No entanto, não é com atitudes como aquela que teve o Dr. Cardoso - homem a quem não abunda o faro político - que os socialistas de bom senso se livram de Serrão e companhia. Até porque, caso houvesse agora um Congresso, estou convencido que o actual líder ganharia.