Alberto João Jardim aceitou o convite de Soares.
Deslocou-se, inclusive, ao hotel onde estava hospedado o seu inimigo político número, um em Lisboa, - (ou já não se recordam do famoso défice democrático) - para um momento a sós.
Se não visse através da televisão, o mediático encontro, diria que estava perante sósias. Se alguém dissesse, alguns meses atrás, que Jardim visitaria/receberia Soares em plena campanha para as presidenciais, diria que estavam todos loucos.
Curiosamente a “real politik” tem destas coisas. Obriga a que de vez enquanto, alguns animais da política, se verguem perante os inimigos. Cumprem assim, as missões que lhes foram confiadas pelo povo, em sufrágio universal.
Não foi um encontro inocente. Jardim sabe que pode precisar de Soares. Soares sabe que precisa de Jardim, para arrancar alguns votos, num terreno hostil ao Partido Socialista. Principalmente numa altura em que a passagem à segunda volta, é uma luz ao fundo do túnel. Por outro lado, Soares também sabe que, ao deslocar-se às regiões autónomas e não ser recebido pelos respectivos presidentes dos governos regionais, é como ir a Roma e não ver o Papa. Além disso, fica bem para quem aspira ser o presidente de todos os portugueses.
Por inacreditável que possa parecer, Jardim também pode precisar de Soares. Se falhar a eleição de Cavaco, Alberto João, sabe que através do gesto, abriu uma porta em Belém.
Agora pergunto. Era necessário?
Não!
Jardim visitou-o na qualidade de quê?
De Presidente do Governo Regional, de cidadão, ou de líder do PSD-M?
Foto: DN-M
1 comentário:
Obviamente na qualidade de Pr. do Gov. Regional. Mas mm que fosse como pr. do psd-m não havia mal nenhum. Só vinha provar que, ao contrário do Jardim prega, a política não têm de ser feita com falat de educação e conflitos pessoais.
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