A discussão é académica e manifestamente desinteressante. Porque a Esperança, de Malraux, é sobretudo um livro fascinante. Escrito por quem acreditava que a nobreza de alma dava um sentido ao ser humano. Por quem viveu a guerra enquanto combatente. Por quem escolheu um lado. Por quem viveu engajado em todas aquelas que acreditava serem as lutas pela liberdade.
A Esperança é um relato quase jornalístico das vivências de homens comuns transformados em heróis circunstânciais. E é um manifesto para todas as revoluções: "É preciso organizar o caos", grita Malraux. De facto, todas as revoluções para mudar a condição humana são possíveis. Desde que consigam organizar o caos.