19.4.06

Obrigado, Bruno.

Faltaria dizer que o comportamento dessa organização deixa muito a desejar. Quando envia os seus activistas para impedir a construção de uma vedação de segurança, quando não pronunciam uma só palavra de repúdio contra os atentados suicidas, quando diz que as IDF (Israeli Defense Forces) é um bando de facínoras e chama os terroristas do Hamas militantes, quando chora baba e ranho pelas crianças palestinianas (este último suicida tinha 16 anos, as forças de segurança israelitas já detiveram uma criança atrasada mental envolta em explosivos, por exemplo) e afirma que os meninos e meninas judias são vítimas de guerra, quando canta loas às mais do que manipuladas eleições na Palestina e desrespeita, conforme é dito no artigo, a única democracia do Médio Oriente.

Não há dúvida que deve haver imparcialidade neste tipo de organizações, infelizmente não é o caso.

Quanto à minha posição pessoal, nada me obriga a não tomar parte. Estou do lado dos que defendem o direito à sua existência e sobrevivência, não agredindo mas defendendo-se; dos que aceitam os outros e reconhecem os seus direitos, não abdicando da DEFESA dos seus próprios; dos que transformaram pedras e areia em terrenos férteis; dos que decidem o seu destino de forma democrática; dos que procuram as suas oportunidades e não esperam milagres divinos; dos que se levantam para trabalhar e, provavelmente, não regressarão porque serão trespassados por pregos e estilhaços lançados por explosões cobardes. Eu escolhi !!!

2 comentários:

Ricardo disse...

Carlos,

Numa questão como esta não há lados... há actos condenáveis. E a minha condenação pelos actos que o Hamas pratica ou patrocina é clara.

Mas enquanto não percebermos a complexidade da situação nunca vamos compreender onde começa o fim desta guerra. E é por isso que é conveniente não confundir defesa (ou legítima defesa) com actos activos de políticas, também elas, de falta de respeito por um povo. Israel tem direito a ser um país assim como a Palestina. O problema é que a história misturou os direitos de ambos os povos e ambos os povos praticaram e praticam actos que não são defensáveis. Por isso não escolho lados. Há massacres documentados de ambos os lados e apenas vejo diferença nos meios utilizados. Instalar colonatos ou fazer massacres em campos de refugiados - não só na Palestina - é condenável da mesma forma que é inaceitável utilizar crianças (ou adultos) para actos de puro terrorismo. Não estou disposto a avaliar graus de desumanidades nem consigo, ninguém consegue, avaliar quem é menos culpado, no balanço histórico, pela situação actual.

Deste modo eu não escolhi!

Abraço,

Ricardo disse...

Carlos,

Sabes perfeitamente que nenhum dos lados aceita o outro e só o fazem, ciclicamente, por pressões externas. Até há pouco tempo Israel não reconhecia o Estado da Palestina e as forças radicais ainda não o reconhecem (e já agora podíamos falar no Líbano). O contrário é válido, ou seja, os radicais na Palestina não reconhecem o Estado de Israel apesar de, por ciclos, o fazerem.

Por isso falar do lado que aceita o outro e do lado que está certo, peço desculpa, não soa bem.

E já agora eu não pairo sobre nada mas tenho pouca tendência para o branco e o preto (isso deixo para os filmes do Star Wars). A história recente - 50 anos - dá razões válidas a ambas as partes para exigirem o que não pode ser divisível e se juntarmos a isso violações humanitárias inimagináveis de ambas as partes na história ainda mais recente - 10 anos - então torna-se mais claro perceber que o único partido que podemos tomar é o de empurrar os países para ced~encias negociais. O que discordo é separar aqui o certo do errado.

Abraço,