8.9.06

Mas que lindo país, o nosso!

Portugal é, definitivamente, um país maravilhoso. Tem um clima fabuloso (o excesso atípico de calor pode indiciar que alguma coisa vai mal, mas por enquanto...), tem uma óptima costa marítima, tem reservas florestais de inigualável beleza (mesmo que já meio queimadas), tem um povo trabalhador, que raras vezes se importa de ser explorado e disposto a sustentar toda a vadiagem que dá pelo nome de classe dirigente, enfim, um óptimo lugar para todos os mafiosos que por cá se queiram instalar. E temos já alguns belíssimos exemplos de que Portugal deve ser o local de eleição para todos os que querem roubar à grande, ou praticar ilícitos graves: por cá, se o senhor suspeito pertence à classe dirigente, o Ministério Público, diligentemente, arquiva processos por alegadas faltas de provas processuais (ainda que os indícios sejam sugestivos – já agora, alguém importa-se de me explicar o que são indícios sugestivos???), ou por considerar que as declarações de um ex-ministro são mais válidas do que as de uns pobres coitados vítimas de abusos sexuais. Ou então, se por acaso, formalizar a acusação, o Tribunal absolve estes senhores, por entender que as acusações não são o reflexo das provas. Mas há mais, mesmo que a Justiça Portuguesa emita mandatos de captura, o alegado criminoso pode sempre voltar, na paz do Senhor, desde que seja candidato a um qualquer lugar público – correndo mesmo o risco de ser eleito e aclamado, qual D. Sebastião -, ou se for condenado, vê a sua pena reduzir-se quase à inexistência, num qualquer recurso ao Supremo Tribunal.
Não há, como se vê, melhor país do que Portugal. Estou mesmo convencido que apesar dos italianos reclamarem como sua, a Cosa é mesmo Nostra.

1 comentário:

Anónimo disse...

Tem razão, sim senhor, se não fosse a "tolerância" (eufemismo) do MP, como se explicaria que os responsáveis pelos atentados terroristas da FLAMA nunca tenham sido castigados?

Como se explica que os actos do Dr. Savino em Sta Cruz tenham passado em claro?

Como se explica que as investigações aos Portos da Madeira nunca tenham, produzido resultados?

Como se explica o património da Fundação Social Democrata?

Como se explicaria que as acções do casal Albuquerque passem sem consequências?

Tem razão, a Cosa é mesmo nossa!