1. Salazar ganhou a única eleição democrática em que participou. Aqui está o verdadeiro paradoxo da democracia.
2. Conforme foi muito bem dito ontem, o ex-ditador ganhou porque o povo português está extremamente descontente com o sistema que vem sendo implementado desde 74 e porque a eleição bipolarizou-se. Mas, na minha opinião, a vitória de Salazar deve-se em grande parte às mesmas razões que levaram o Zé das galinhas a vencer o 1º Big Brother: ser um coitadinho. Com tanta gente a bater no homem, o que é que estavam à espera? Portanto, se existem culpados, são os que desde o início do programa dão tanta importância à presença de Salazar.
3. É impressão minha, ou a Odete estava um bocadito histérica (mais do que é costume)? Mas o momento de terror do noite foi quando ela levantou a blusa. Fiquei apavorado!
4. Gostei do sentir democrata desta comunista: como ganhou Salazar, lá começou a invectivar contra o programa, os votantes, os outros, a RTP. Então se ganhasse o aspirante a ditador estava tudo bem, como foi Salazar, aqui d’el Rei que a Constituição proíbe manifestações fascistas e blá, blá, blá... Ganda democrata, esta Odete.
5. Naturalmente, este é um programa de televisão e por isso não deve ser levado muito a sério. Todavia, não deixa de ser interessante que nos dois primeiros lugares estivessem dois extremistas. Ou seja, duas faces de uma mesma moeda.
6. Concordo com o Portas: o Séc. XX português foi pobre. Exceptuando Fernando Pessoa, estes 100 anos resumem-se a uma ditadura e o seu combate. E ambos foram medíocres!
7. Não votei e se tivesse que votar, votaria em Aristides de Sousa Mendes. Porque ele efectivamente representa valores bem mais próximos do que qualquer outro.
Mas os meus preferidos até não constavam desta lista final: D. Nuno Álvares Pereira, porque sou apaixonado pela ideia do Monge Guerreiro, pelo seu génio e porque nunca teve qualquer interesse que não fosse a defesa do Reino; D. João I, porque para além de ser heróico, é pai da Dinastia dos Descobrimentos; Padre António Vieira, pelos magníficos sermões e espírito humanista; Fernão Mendes Pinto, porque criou uma ideia fantástica de Portugal, fundindo mitos fabulosos e criando histórias soberbas (Prestes João) que depois permitiram a ideia da Nação Divina.
Mas estas são as minhas escolhas e não a da maioria dos portugueses.
3 comentários:
Não concordo... nem contigo nem com o PP (cruzes canhoto). Pessoa é grande, mas o século XX deu-nos Cesariny, Ary dos Santos, Natália Correia, Zeca Afonso, Sérgio Godinho. Não sendo da dimensão de Pessoa, são grandes, muito grandes. Maiores que um ditador morto e do que um aspirante a...
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Estamos Preparados! ...ou não.
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