30.3.07

Compaixão vs Dignidade

As invectivas contra o cristianismo continuam e não há quem pare os ideólogos da sociedade sem Deus. Chegam ao cúmulo de fazer crer que virtudes do cristianismo são defeitos. Veja-se o exemplo da compaixão: não faltam detractores desta virtude moral que a contrapõem à dignidade, como se fossem opostas.
O que estes ideólogos da treta nunca hão-de entender é que a compaixão não transforma quem dela é objecto, mas quem a sente. A compaixão interage com quem a sofre que, no fundo, é quem, com os outros , sofre. Partilhar o sofrimento do Outro e agir em conformidade não é um defeito, é antes deixar(-se) sofrer um sentimento que, depois, promove a acção humanitária.
E promover a compaixão, enaltecê-la, não significa compactuar com o status quo, é antes reconhecer que o sofrimento do outro deve ser motivo de revolta que, quando levada à acção, não retira dignidade a quem recebe, tão-só dignifica quem a sente. Sofrer compaixão não significa situarmo-nos numa condição superior, mas partilhar incondicionalmente e em condição de igualdade a dor do outro, sem julgamentos. A acção que daí nasce, se assim for o caso, mais não é do que tentar proporcionar alguma consolação ao Outro. E por isso, a compaixão deve ser dignificada, porquanto é uma virtude que engrandece quem sofre e quem partilha a dor.

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