9.8.07

Uma boa notícia

As alterações ao modelo desportivo que vem sendo seguido na Madeira só pecam por tardias. O incentivo ao clube-escola e a implantação de um modelo competitivo, para jovens até aos 16 anos, menos focado nos resultados imediatos e mais na formação dos adolescentes não só como atletas, mas também como cidadãos, representará, estou em crer, um salto qualitativo importante.

Por vezes, confundimos a árvore com a floresta. Focamo-nos em resultados de excelência, alcançados por jovens com capacidades excepcionais, e achamos que são representativos daquilo que é o desporto na Região.Infelizmente não são. São, na maioria dos casos, situações pontuais, motivadas pelo esforço e pelo empenho individuais.

Creio que mais importante do que apoiar o desporto profissional é apoiar e incentivar a práctica desportiva regular, tornando-a habitual para a maioria da população. Nesse sentido, nota-se algun esforço por parte das entidades públicas - o Projecto Movitol, do IDRAM, foi um bom exemplo - mas são ainda as associações privadas quem lidera o movimento. A Associação de Desporto para Todos, do Duarte Oliveira, é exemplar. Instituições como o Clube Naval de São Vicente, o Clube Desportivo do Campanário, o Clube Maresia do Porto Moniz, ou outras, fazem também um trabalho meritório. Mas não recebem, muitas vezes, o reconhecimento devido.

O desporto profissional deve ser o topo de uma pirâmide, e não ao contrário. Os clubes são entidades focadas essêncialmente, na obtenção de resultados imediatos. Mesmo nos escalões de formação. Por isso excluem aqueles que têm menos capacidade. É essa tendência que os clubes-escola poderão inverter. Excluindo menos, dando menos primazia à competição do que à formação, poderão ser viveiro de bons atletas, mas poderão sobretudo ajudar a criar, numa nova geração, a cultura da práctica desportiva. Gente que se habituará também a ver desporto da maneira saudável que só o conhecimento traz.

Com uma base mais alargada de practicantes e de público, o desporto da Região poderá dar o salto em frente que as infraestruturas entretando construídas merecem.