7.8.07

A ler (linguagem popular da Madeira)

Um texto que me foi enviado por e-mail. Numa linguagem muito própria, que infelizmente se está a perder.

Há frases que só se percebem pelo contexto, mas creio que todos nós já ouvimos a maioria das expressões.

Para ler, pois tem graça.

Post Scriptum: Infelizmente, não sei quem ffoi o autor do texto. Se alguém souber, a caixa de comentários fica excepcionalmente aberta...

Era uma vez.....
Tava o vendeiro ao paleio com o vadio do vilhão quando ouviu uma zoada.
Era a água de giro.
O buzico do levadeiro que vinha mercar palhetes à venda, vinha às carreiras e às parafitas com bizalho.
Dá-lhe uma cangueira, trompicou no matulhão do vilhão. Bate cas ventas no lanço e esmegalha a pucra. O vilão dá-lhe uma reina vai a cima dele para lhe dar uma relampada, patinha uma poia.
Ficou todo sovento.
O vendeiro dá-lhe uma resonda por ele querer malhar num bizalho dum pequeno. Vem o levadeiro e, ao ver o vasola , que anda à gosma e a encher o pamdulho à custa dos outros, a ferrar com o filho, fica variado do miolo e diz-lhe umas.
O vilhão atazanado, atremou mal e pensou que ele lhe tinha chamado de
chibarro, ficou alcançado, deu-lhe uma rabanada e foi embora todo
esfrancelhado.
O levadeiro ficou mais que azoigado mas lá foi desatupir a levada.
O piquene chegou a casa todo sentido, com um mamulhão. A mãe que é uma rabugenta, mas abica-se por ele, ao vê-lo todo emantado, deu-lhe um
chá que era uma água mijoca, pensando que canalha é mesmo assim, mas, como
ele não arribava, antes continuava olheirento , entujado e da chorrica foi
curar do bucho virado e do olhado.
O buzico arribou e até já anda a saltar poios de bananeiras na Fajã.

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