No Farpas, surgiu ontem uma crítica à programação do Funchal 500 Anos. A crítica é livre, mas convém esclarecer alguns pontos:
- Em primeiro lugar, existe, ao contrário daquilo que foi escrito, um eixo programático. Como não me apetece repetir tudo aquilo que já foi dito e que já está publicado remeto-vos para aqui. Ao analisar a programação ver-se-á, facilmente, que os eixos fundamentais definidos no documento apresentado estão nela representados.
- Em segundo lugar, dizer-se que não existem actividades para o público escolar revela alguma falta de atenção. Se não, vejamos estes dois itens da programação, sendo que o Concurso Escolar está a ser realizado desde 2003, caminhando já para a V Edição (em 2006, envolveu quase 1.000 alunos ou pessoas integradas em instituições).
- Em terceiro lugar não será correcto dizer-se que a área do património foi esquecida. Ver aqui, aqui e aqui.
Os 500 Anos do Funchal servirão, nesta área, para contribuir para que os cidadãos se interessem pelo património. Só isso faz sentido. Para além do mais, muitos dos livros que serão editados na Colecção Funchal 500 Anos versarão o tema do património. Representam em conjunto um bom levantamento da história da cidade e da Madeira. Acredito pois que a melhor forma de fazer com que a população comece a pensar a cidade é dá-la a conhecer melhor. E é isso que se vai fazer.
- Em relação à integração de eventos "habituais" na programação, creio é de uma lógica elementar. A CMF e a EM Funchal 500 Anos ajudarão a contextualizá-los no ano das comemorações. É o que se faz em todo o lado. Não é novidade, por isso, não percebo a crítica, honestamente. Faria sentido ver, em 2008, a Festa da Flor versar outra temática que não o V Centenário? Ou que as Festas de Natal e Fim de Ano da cidade esquecessem os 500 Anos? Aliás, são óptimos exemplos de trabalho em conjunto.
Para preparar 2008 dezenas de entidades públicas e privadas (basta reparar no calendário de eventos) de todas as áreas, bem como centenas de pessoas a título individual estão, hoje, a trabalhar com a Funchal 500 Anos. Consegue o autor do post encontrar melhor exemplo de busca de sinergias? Consegue o autor do post ver que este é um óptimo exemplo para o futuro? Não se esqueça ainda que eventos como o Festival Internacional de Cinema, por exemplo, nasceram debaixo do chapéu dos 500 Anos, com o apoio da CMF desde o primeiro dia. No exemplo em questão, graças ao empenho, à generosidade e à competência do Henrique Teixeira O FICF há de viver muitos anos. Se calhar, havemos de estar presentes na XX edição!
Repare, caro Cláudio, o objectivo do Funchal 500 Anos é muito mais ambicioso do que possa parecer a quem não estiver com atenção. Pretende-se revolucionar mentalidades, oferecendo uma programação de qualidade em todas as áreas (estão programados eventos na área do Desporto, da Ciência, da Literatura, das Artes Plásticas, do Cinema, do Teatro...) e procurando que os hábitos de consumo de produtos culturais cheguem à maior parte da população. Criando um Plano de Comunicação ambicioso. Que chegue a toda a gente, em todo o lado. Que promova o conhecimento da cidade.
Promovendo intercâmbios, trocas de conhecimento e experiências entre os agentes culturais da Madeira e de fora para que os primeiros (e os segundos, em alguns casos) evoluam. Percebam, em última análise, a vantagem de trabalhar em conjunto.
Ambiciona-se deixar uma marca permanente para o futuro.
E a propósito, as críticas são sempre bem vindas. Desde que não sejam feitas, apenas, com motivações políticas.
Se precisar de mais informações, vemo-nos no jantar do dia 19, no qual participarei com muito prazer.
Cumprimentos
Post-Scripum: A Programação completa, com o respectivo organigrama, está aqui.
1 comentário:
E já se inscreveu no madeiraminhavida?
Enviar um comentário