6.2.08

Exemplos cristãos


Esta semana celebraram-se aniversários (de morte e de nascimento, respectivamente) de duas incontornáveis figuras da Igreja Portuguesa: S. João de Brito e o padre António Vieira (o primeiro foi morto no dia 4 de Fevereiro de 1693 e o segundo nasceu no dia 6 de Fevereiro de 1608). Foram contemporâneos, missionários, evangelizadores e mártires. S. João de Brito porque efectivamente foi morto ao defender o Cristianismo; pela sua fé e pela entrega à sua Igreja, o que fez de si um mártir. António Vieira porque foi perseguido, pela própria Igreja que jurou fazer crescer, pelo delito de ter ousado pensar, pela defesa de valores humanistas, que escasseavam por aquela época e porque se recusou a aceitar a inevitabilidade do sofrimento dos outros.
Sei que não teriam sido os melhores amigos: um era ortodoxo, outro progressista. Contudo, com a sua abnegação, espírito de sacrifício e entrega absoluta às suas causas, ambos contribuíram para engrandecer - e de que maneira! - a Igreja portuguesa. Mais, S. João de Brito e António Vieira mostraram aos cristãos o caminho que deve ser trilhado: uma inabalável Fé e luta pela defesa dos direitos do homem que são, afinal, valores intrínsecamente cristãos (enquanto pregados por Cristo).
São os dois exemplos de quase perfeição. Não são, portanto, fáceis de seguir. Mas acho que é nossa obrigação fazer destes dois homens exemplo para a nossa vida.
Gosto de pensar que me sinto influenciado por ambos. Tento, na minha humilde condição, seguir o exemplo que cada um deles nos legou, embora tenha perfeita noção de que estou longe do caminho indicado. Mas ainda assim, numa tão importante (para os cristãos portugueses, naturalmente) semana, gostaria de acreditar que daqui para a frente poderei fazer melhor. A ver vamos...

5 comentários:

Blueminerva disse...

Caro Sancho,
À uns anos atrás, o meu pai comprou algumas obras do padre António Vieira. Um dia espreitei e não resisti a ler. Devo dizer que descobri uma figura complexa e admirável. E sim, é um verdadeiro exemplo de vida.
Já sobre S. João de Brito,confesso que não tenho grande conhecimento sobre o seu percurso de vida.
Um abraço

Su disse...

gostei de ler.........

agora marakoka falando:
eu tb tenho contribuido para mostrar o caminho, eu tenho feito tanto......e acho que ando a ser perseguida.............mas resisto.........enfim eu sou quase perfeita......mas como vou continuar...não duvido, chegarei lá....

jocas maradas de espirito....

MMV disse...

Acho que toda a gente conhece o padre António Vieira... Nem que seja pelo sermao aos peixes, que apanhei grande seca nas aulas de portugues...

Sem dúvida que a sua vida é de um grande homem que tentou passar a palavra de Deus de diversas maneiras... Quanto a S. Joao de Brito, tal como a blueminerva... desconheco...

Sempre bom ler estes posts...

amsf disse...

S. João de Brito foi um andarilho católico no Oriente vítima mais do confronto de civilizações do que de qualquer martírio religioso. Mais do que por razões religiosas foi martirizado por as suas conversões porem em risco a estabilidade social e os interesses dos poderosos de certos territórios na Índia. Na Madeira não foram perseguidos protestantes (séc. 19)recém convertidos que tiveram que exilar. Os protestantes não são católicos mas são cristãos, agora imaginem se fosse de uma religião estranha às confissões ocidentais!

O Padre António Vieira, ao contrário do anterior, defendeu os índios. Parece uma coisa de somenos importância mas não é pois o que as élites esperavam da igreja é que esta funcionasse no sentido de justificar as acções de conquista, colonização e mesmo exploração dos índios. As religiões normalmente dão suporte ideológico e moral às élites. O Padre António Vieira se agora é aclamado na altura seria um pária dentro da igreja...não era própriamente uma pessoa com quem a gente de bem queria ser vista...

Su disse...

dassss há sempre algo que me chateia nos sermões.........ok pode ser mau feitio..mas sou assim