19.11.08

Avaliação do desempenho docente: falar a sério!

Vamos lá ser sérios e honestos nesta questão da avaliação do desempenho docente. Para além do excesso de burocracia e da complexidade do modelo, bastariam três itens para exigir a sua imediata revogação:
1.º Fazer depender a nota do "sucesso" dos alunos (objectivos). Esta medida é um claro convite ao facilitismo, uma vez que um bom professor não se mede pelas notas que atribui. Quando atribui piores notas do que aquelas que recebeu, pode apenas demonstrar rigor e zelo no doloroso processo de avaliação;

2.º Fazer depender a nota do abandono escolar. Sabem os seus ilustres defensores que na prática esta medida apenas se aplica aos docentes do secundário, uma vez que "não há abandono" quando o aluno se insere na escolaridade obrigatória, uma vez que é considerado abandono apenas quando o aluno sai do sistema, o que o próprio sistema não admite que aconteça antes dos 16 anos? Mais, que em rigor, daqui a nada temos professores a bater à porta das famílias a implorarem que os meninos regressem à escola?;

3.º A possibilidade dos avaliadores serem de áreas científicas diferentes. Como é que um professor de matemática pode avaliar a consistência científica de um professor de Biologia? Não pode, não é, mas o diploma não só o permite, como o estimula porque não existem assim tantos titulares nas escolas para todas as estruturas de gestão. Ainda para mais quando todos conhecemos o processo de progressão na carreira para os titulares...

Se se quiser ser sério, apenas estas razões seriam suficientes para a suspensão do modelo. Porque a verdade é que mais nenhum modelo de avaliação é tão exigente. Nem mesmo a tontice do SIADAP...
Se não se quiser, pode-se continuar a proferir as alarvidades que bem se entender. Porque a ignorância não é nenhum crime e a patetice ainda não paga imposto.

3 comentários:

amsf disse...

Também acho! Este modelo de avaliação, que na realidade não conheço, faz o professor depender de demasiadas pessoas e de demasiados factores! O ideal seria depender de uma única pessoa e de um único factor, tanto lhe podia sair a lotaria como o inferno dependendo do ter ou não lábia, do ter ou não ter meio palmo de cara!

Realmente são muitas pessoas a quem dar manteiga e muitos objectivos que só podem ser atingidos com trabalho e competência! Assim não dá!

O Estado há muito que devia ter privatizado o ensino e atribuído um cheque ensino a cada aluno e veríamos então as escolas e os seus professores a fazerem tudo para atraírem os referidos cheques para as respectivas escolas. Todos os anos é sempre a mesma coisa, não se discute o ensino mas relações laborais!

Anónimo disse...

https://www.blogger.com/comment.g?blogID=562798012095754538&postID=8090094564576522307&isPopup=true

Su disse...

eis o problema....a ignorancia não ser crime.........e a patetice não pagar imposto.............


a solução...........fazê-los pagar por isso, pois...........


jocas maradas de demo-cracia