9.3.09

Bilhetes de Colares

Os Bilhetes de Colares, de José Cutileiro, assinados com o pseudónimo A.B. Kotter, começaram a publicar-se em A Tarde, em 1982. Passaram depois para o Espaço T, fixando-se no Semanário até 1991. Reapareceram na Visão em 1993 e, entre 1997 e 1998 publicaram-se na revista de O Independente.

Em 2007 foram editadas em livro pela Assirio e Alvim. Um volume organizado por Fernando Venâncio.

Na minha opinião, alguns dos "bilhetes" estão entre o que de melhor se escreveu na imprensa portuguesa do pós 25 de Abril. Cutileiro, aliás, o Dr. Kotter, utiliza a mais fina ironia para caracterizar o Portugal saído da revolução. Uma ironia queiroziana.

Crónicas curtas, com forte pendor antropológico, como bem salientou Maria Filomena Mónica (o diplomata José Cutileiro era antropólogo de formação), e que foram minorizadas por duas razões essênciais:

- Ilustravam a visão de um conservador;
- Não falavam de futebol, política ou da "vida do outro";

De qualquer forma estão aí, em qualquer livraria decente, prontas a ser "recuperadas".

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