Acordei a meio da noite – no meio de um sonho. Estava a sonhar com a Lua. Uma Lua negra, com um decote branco. Não acreditava naquele imagem. Era uma espécie de mulher e de Deusa. Uma espécie de loucura e doçura. Só me dei conta deste sonho, quando já estava com sono.
Despertei para a realidade. Abri os olhos para sentir o coração. Fiquei sereno. Batia ao ritmo da rotação da terra. Troquei aquele instante, pelo mundo. Afinal, tenho a Lua tão perto. Ela surgiu do nada e desapareceu no negro da noite. Foi a Lua, talvez tenha sido um sonho. Talvez sejas tu. Talvez não exista nada.
Não sei por que escrevo. Não tenho por hábito mentir, mas também não sei. Talvez seja verdade. Talvez não existas. Sei que não toquei. Vi; mas não cheguei a sentir o cheiro.
Nunca ninguém disse que a Lua tinha cheiro. Falam do relevo, da densidade do ar, ou falta dele. Ocupam-se de coisas difíceis de medir, mas das simples, como o cheiro, ninguém diz nada. Julgo que a primeira viagem à Lua foi em 1969... A minha foi mais tarde. Realizei-a há instantes. Caso tivesses chegado mais cedo, ainda me vias descer do foguetão. Se fosse uns segundos, antes, talvez espreitavas a Lua.
Sou assim, aquilo que escrevo, mas estou longe do que pareço. Sou massa de ar quente, num estado morno. Há momentos, era fogo em chamas. Como vês, é a primeira descrição humana, de alguém que foi à Lua.
Ela sabe do que falo, porque ela viajou comigo.
Dedicado à Lua!
1 comentário:
gostei de ler.t
jocas maradas de marte:)
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