23.10.09

Para consumo interno

A ideia de que o PSD-M pode votar favoravelmente o Orçamento de Estado (OE), caso a Lei das Finanças Regionais seja revista, não deixa de ter graça. Uma simples operação matemática leva a constatações, no mínimo, originais. Se não vejamos:

Se o PSD decidir abster-se, ou votar a favor do documento, Sócrates não tem qualquer problema. Caso o CDS decida aprovar o OE, bastam os seus 21 deputados para, juntamente com os 97 do PS, fazer a maioria. Estamos assim esclarecidos quanto à direita.

Já à esquerda, Sócrates necessitaria de uma "mãozinha" de Jardim. É fácil fazer as contas: Caso toda a oposição, com excepção do BE, decida reprovar o Orçamento, ficariam a faltar 3 deputados para a maioria. Poderiam, obviamente, ser os do PSD-M.

Caso fosse só a CDU a aliar-se a Sócrates e ao PS, ficariam a faltar quatro eleitos. O número de Jardim.

Com outros cenários que incluíssem mais abstenções ou alianças os deputados da Madeira não fariam qualquer diferença.

Não deixaria de ter graça um OE aprovado, por exemplo, pelo PS, pelo BE e pelo PSD-M...

Parece-me, de facto, um cenário improvável, pelo que a declaração política de Jardim deve ser levada em consideração no cenário da luta política regional, ou seja, é uma forma de dizer, aos eleitores da Madeira, qualquer coisa como isto:

"Eu estendi a mão, mas Sócrates não aceitou a oferta"...

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa análise.

Anónimo disse...

Felizmente que há eleitores (apesar de pouquissimos) que não entendem que todos os estender de mão sejam positivos!

amsf