Naturalmente que me estou a marimbar para o que o senhor Saramago pensa acerca do cristianismo.
Não me incomoda, portanto, que o senhor, no exercício da sua liberdade criativa, escreva sobre personagens bíblicas. Ou, sequer, que use da sua escrita para difamar o Livro Sagrado, ou que se sirva dela para ofender todos os crentes (curioso que o senhor seja mais fundamentalista do que a maior parte daqueles que crêem em Deus).
O que me incomoda em Saramago, tal como me incomodou em Dan Brown, é que o escritor abuse da ignorância de outrem para questionar os fundamentos da fé cristã.
Quando afirma que se limita “a levantar as pedras e a mostrar esta realidade escondida atrás delas”, assume que a fantasia/ficção que criou para o livro é uma verdade hermenêutica. É, portanto, desonesto da sua parte, pois o objectivo é levar os mais incautos a tomar a ficção por realidade.
Estas afirmações têm, contudo, o condão de evidenciar a agenda de Saramago, bem como de outros ateus militantes: o que pretendem é promover uma evangelização ao contrário que é como quem diz, promover o ateísmo, como crença dominante. E assim se percebe quem é que é fundamentalista, nesta dicotomia religião-laicidade.
PS - Não se arranja para aí um fundamentalista do mesmo nível que lhe lance uma fatwa?
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