22.12.09

Nota 10

Os últimos dias serviram-me para testar o Serviço Regional de Saúde.

Sábado, após me ter atirado de uma escada, para não cair no chão como um boneco da banda desenhada, foi obrigado a ir à urgência do Hospital. A minha entrada aconteceu às 19:10 m. Às 21:40m já tinha sido observado por um médico; já me tinham realizado 3 raio-x ao pé esquerdo; a enfermeira enrolado uma compressa….e um funcionário até me ofereceu uma luva branca (a mão direita) com gelo, para colocar na “ferida”, enquanto aguardava boleia para regressar ao local do “crime”.

Quando cheguei foi tratado como um verdadeiro doente. Um funcionário, ao ver a minha dificuldade em andar, ofereceu-me uma cadeira de rodas. Até gosto de carrinhos e rodas, mas causou-me algum desconforto ter que me sentar naquela cadeira.

Só percebi que estava no objecto certo, quando foi encaminhado para a Ortopedia. Lá, encontrei mais doentes de cadeiras de rodas. Àquela hora eram poucos. Talvez dez. A maioria tinha um braço pendurado ao pescoço. Olhei-os a todos. Eles olharam-me e assim ficamos durante alguns minutos. O nosso silêncio apenas foi interrompido pela minha prima. Queria saber como eu estava. Foi a minha irmã que lhe deu a notícia. Passados alguns minutos, a minha prima regressa com um saco de gelo para eu colocar no pé. Ela é enfermeira, e vejam a minha sorte. Estava a trabalhar na urgência.
Voltei a olhar para as outras pessoas. Sorri-lhes. Até que uma senhora desabafa, com qualquer coisa do género: já estou cansada de estar aqui. Curioso, aproveitei para entrevistá-la. Fiquei a saber que nem era a doente. Ao lado estava uma senhora mais velha, mas com o mesmo ar cansado no rosto, a olhar para o vazio do corredor. Já estavam há 4 horas à espera que uma ambulância para regressarem à Madalena do Mar. Entraram no hospital por volta das 13 horas. Às 17 já tinham sido prestados todos os cuidados de saúde, mas ficaram retidas no hospital. Um táxi custa entre 50 a 60 euros.


A minha deambulação pelo sistema regional de saúde não termina aqui.
Na segunda-feira fui ao Centro de saúde, da minha área de residência, para o obter uma baixa. Disseram-me para voltar, terça-feira, de manhã, antes das 9:30 m. Levantei-me cedo e consegui consulta num médico de recurso, passavam poucos minutos das 11 horas.

Poderia ter ido ao privado, mas considero um crime pagar 50 euros para obter um papel.

No Centro foi atendido por uma enfermeira, que me encaminhou para um colega especializado em ortopedia, que me observou o pé, e fez algumas recomendações.

A todos, obrigado e um BOM NATAL.

Nota: o pé não está partido, nem rachado. Apenas ficou maltratado da queda. Há muitos anos que não fazia o salto em altura. Especialmente, de cima para baixo.

2 comentários:

Luís Filipe Santos disse...

As melhoras Angelino. Hoje não irás à noite do Mercado.
Deixo-te esta frase do Jô Soares:
"O pára-quedas é o único meio de transporte que ao enguiçar, chega-se mais rápido."
Não sei se ania mas olha é o que se pode arranjar.
Um abraço e Feliz Natal
Luís Filipe Santos

Anónimo disse...

Melhoras! Não te esqueças que a um cliente especial tratamento especial pelo que não considero isto um verdadeiro teste ao sistema de saúde regional...

amsf