5.3.10

Assobiar

Em Coimbra, a selecção realizou um jogo de preparação com a China, um adversário, dizem os entendidos, muito parecido com a Coreia do Norte. Mau grado a escolha sem grande sentido e baseada num critério geográfico balofo e ignorante, a selecção do Sr. Queirós acabou assobiada aparentemente por ter tido mais uma daquelas exibições de encher o olho. Claro está que os senhores dirigentes da federação não gostaram do tratamento aplicado e logo vieram condenar os assobios dos coimbrões mais atrevidos. Não sei em que mundo certas luminárias vivem. E não sei que mundo da bola é este em que não se pode assobiar gente adormecida e sem vontade de jogar à bola. Quem paga o espectáculo tem todo o direito de assobiar, apupar e até de atirar maçãs e laranjas contra gente que não respeita aqueles que vibram com a selecção e que pagam dinheiro do seu bolso para vê-la jogar.

Certa gente devia assim encarar as críticas responsavelmente e pedir desculpa pela má prestação e pela falta de empenho de uma meia dúzia que ganha aos milhares para vestir uma camisola. Não basta apresentar resultados desportivos e não basta, certamente, fazer-se passar por virgem ofendidam como se um coro de vaias fosse uma qualquer tragédia irremediável.

Se o Dr. Madaíl, líder incontestado da seita, fosse inteligente, certamente tiraria daqui uma enorme e valiosa lição, pois manda a verdade que se diga que o povo português, pelo menos, assobia de frente. Não faz como o Dr. Madaíl e a sua horda de patetas que assobiam para o lado.