1.9.10

Mais um!?

Temo que o projecto do CR7 (ou 9, ou 10) no Porto Santo se transforme em mais um "Colombo's Resort". Mas que diabo, será que ninguém aprende? Se calhar, como dizia um célebre treinador de bola, "o burro sou eu!, mas enfim...

Ainda ninguém percebeu que o Porto Santo não tem condições para investimentos daquele género? Ainda ninguém percebeu que a única estratégia possível para salvar o destino Porto Santo é assumir a sazonalidade e apresenta-lo como destino seguro para famílias e férias em família, com unidades hoteleiras e infraestruturas que proporcionem actividade para miúdos e graúdos? Um bom exemplo é a utilização que o Diário faz do Complexo de Ténis durante o mês de Agosto...

Ainda ninguém percebeu que os madeirenses são, e serão sempre - a não ser que seja proibido - os maiores e mais importantes clientes do destino Porto Santo e que os madeirenses não têm poder de compra para faustosas unidades de 5 estrelas (ou seis, ou sete, ou 31, que é o número de golos do Ronaldo em cada época)?

Ainda ninguém percebeu que esta indefinição está a dar cabo de um destino emergente, que tem razoáveis condições?

Ainda ninguém percebeu que estas ilhas têm tanto mais graça quando se mostram como são, quando apostam na proximidade entre os visitantes e os residentes, na efectiva partilha de espaços e de hábitos entre os primeiros e os segundos, quando se mostram pequenas e familiares como contraponto às cidades impessoais de onde chega quem nos visita? Ainda ninguém percebeu que as ilhas têm de se mostrar devagar, têm de ser espaços reservados e preservados mas abertos à descoberta, espaços tranquilos, pachorrentos, que transmitam a calma que falta nos sítios grandes? Ainda ninguém percebeu que aqueles que chegam não vêem para ver "mamarrachos" de aço e de vidro? Pois, esqueci-me, "o burro sou eu", não preciso que me recordem.

2 comentários:

Sancho Gomes disse...

Subscrevo inteiramente. Abraço

Jools disse...

É realmente falta de visão estratégica. Enquanto não se decidir qual o público-alvo ou se continuar a trabalhar para um que não o é estão (estamos) condenados a continuar a pagar os devaneios e sonhos megalómanos...