27.3.05

Direito ao Bilhete de Identidade

Sou contra o clube único e ponto. Não é que seja uma daquelas adeptas fervorosas do futebol, mas como diz o outro, dou alguns toques nisto. O certo é que o presidente do Governo Regional admitiu fazer um referendo aos madeirenses sobre a possibilidade de termos um clube único na Madeira. Desta forma e acho que é a questão essencial, pouparíamos mais dinheiro, até porque os dois clubes absorvem muito do contribuinte. Mas se a questão aqui prende-se com dinheiro, então não seria mais fácil os próprios clubes de futebol arranjarem outras formas de financiamento? O Governo, até agora, tem justificado a ajuda financeira aos clubes com a projecção que tanto o Marítimo como o Nacional dão da Madeira, mas creio que esse disco já está um bocado gasto, até porque se o nosso Turismo dependesse deles, as coisas estavam muito mal. Depois há a questão de incentivar as camadas mais jovens no mundo do Desporto. Tudo correcto, mas se assim é, então porque não se financia apenas os escalões juvenis e deixa-se o futebol profissional de lado? As amadoras são importantes e creio que essas têm menos possibilidade de vingar sem ser com apoios. Na minha opinião, a resolução de todo este problema passa por novos modelos de financiamento e nunca pela fusão de dois clubes que ganharam o seu próprio Bilhete de Identidade. Nunca se poderia juntar Nacional e Marítimo no mesmo saco. Esta coisa de clubes e clubismo está no sangue e são muito poucos aqueles que aceitam transfusões. Não estou a ver um adepto do Nacional (eu, pecadora, me confesso) a aceitar esta proposta. Nem tão pouco um adepto do Marítimo... Uma coisa é certa, Jardim tem razões para estar preocupado em relação ao financiamento, por parte do seu Governo, aos clubes. Continuámos à espera de uma varinha mágica que não passe por juntar a água ao azeite.
SSFranco

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