4.10.05

Roubos e trogloditas

A Liga que já não é Super começou há pouco tempo e, como já deu para perceber, mantém intactas as "qualidades" de anos anteriores.

Na Madeira, o melhor Marítimo que se viu este ano (será sol de pouca dura, ou será sintoma de uma melhoria efectiva?) viu-se privado da vitória por um árbitro que fez vista grossa a um penálti maior do que a torre da Sé e anulou mal um golo mais limpo do que as casas de banho do Vaticano.

De facto, o senhor Dr. Gomes, madeirense de nascimento e advogado de profissão, teve uma noite má. Só que, como habitualmente, errou em favor de um grande. Que por coincidência era o Porto. Equipa de Pinto da Costa, homem que faz e desfaz árbitros, elevando-os à categoria de internacionais ou relegando-os para os jogos de júniores do distrito de Viana do Castelo.

Curiosamente, o Dr. Gomes, que até trabalha no escritório de Hugo Velosa, deputado do PSD-Madeira na Assembleia da Republica (será este penalizado por albergar aquele que, nas palavras de Alberto João Jardim, é um "madeirense frustrado"?) e maritimista convicto, é um dos mais recentes internacionais do apito português.

Se na Madeira o jogo soube a "roubo", em Lisboa um Vitória de Guimarães em recuperação viu um dos seus melhores e mais promissores atletas ser substituído com suspeitas de uma lesão grave, motivada por uma entrada assassina daquele que é um dos piores e mais inestéticos jogadores de futebol da actualidade, Petit de seu nome.

Esse verdadeiro troglodita dos relvados (confesso que se eu fosse árbitro aplicava o conceito de justiça preventiva e dava cartão vermelho ao tipo antes mesmo de ele entrar em campo) ficou, como habitualmente, impune. E lá prosseguiu o Benfica com Petit, de sarrafada em sarrafada até à vitória final.

Apesar de tudo, não alinho na "Teoria da Conspiração Sistémica". Não que o "sistema" seja uma invenção da mente dilacerada de Dias da Cunha, mas porque não há teoria que resista a um Peseiro no banco.