Pereira não é, nem nunca foi, homem de jogos de bastidores. Diz pela frente aquilo que outros teimam em dizer pelas costas. Fala de forma desassombrada, porque não teme mais que a sua própria consciência.
Ao contrário de alguns que conspiram nos bastidores - ratos que abandonarão o barco ao primeiro sinal de naufrágio - Virgílio Pereira assume claramente posições que, por vezes, são incómodas. Mas fá-lo de forma honesta.
Ao contrário de outros, o professor Virgílio não é “fonte anónima” de notícias prejudiciais ao partido e a companheiros de partido.
Não promove intrigas junto de destacados membros da oposição nos corredores do Parlamento.
Não diz mal, em festas “semi-privadas” - ou “semi-públicas” como se queira - do líder do partido.
Não põe negócios à frente dos interesses do PSD-Madeira.
Alerta para situações que, se não forem corrigidas, darão cabo do partido, para contentamento de alguns que por enquanto ainda andam por lá.
Não é, enfim, sabujo praticante do oficial lambebotismo.
Por isso, a ideia de “dispensá-lo” é, ela própria, o hipotecar da consciência do partido.
Gonçalo Nuno Santos
Post-Scriptum
Colaboro, com muito prazer e muita honra, a convite do Professor Virgílio Pereira, no Projecto Funchal 500 Anos. E fá-lo-ei enquanto ele me quiser por lá. Este texto nada tem a ver com essa colaboração, é apenas uma manifestação de respeito e simpatia para com uma figura que aprendi sempre a admirar e a respeitar. Sei que alguns, à falta de melhores argumentos, dirão o contrário. Sinceramente, estou-me a cagar para eles…