Outra pérola deste Governo da República: colocar os encarregados de educação a avaliarem os docentes. Vai ser bonito! Agora sempre que um encarregado de educação não gostar da nota atribuída ao seu educando, vai de penalizar o professor pelo atrevimento que teve ao atribuir uma nota baixa ao menino. Eis mais uma ferramenta fabulosa para pressionar o docente (como se já fosse fácil chumbar alunos!). Eu, se estivesse a exercer a docência, atribuiria notas fabulosas a ver se caía nas boas graças dos senhores encarregados de educação. Mas, felizmente, grande parte dos docentes são bons profissionais, ao contrário do que afirma a sra. Ministra que, continuamente, achincalha esta classe.
A Educação em Portugal é uma miséria: nisso estamos todos de acordo. O que é inconcebível é que venha esta senhora, não se sabe bem de onde (ou até sabe-se!), nomear os docentes como classe a abater. E não tem qualquer pejo em ultrajá-la com medidas destas, vulgarizando ainda mais uma classe cujo prestígio está ao nível dos cantoneiros (que me merecem todo o respeito).
E o pior disto tudo é que as organizações profissionais são capazes de aceitar algumas das vilanagens propostas no novo Estatuto da Carreira Docente, visto a má imagem com que estão, depois de toda a vil campanha difamatória da classe docente, levada a cabo pelo Governo do Eng. Sócrates. Lembro-me da arruaça que foi um programa dos Prós e Contras, em que uns senhores de umas tretas federativas - que alegadamente representavam os encarregados de educação portugueses - atribuíam aos docentes todos os pecados da Educação em Portugal. E essa campanha miserável começa a dar os seus frutos, porque a classe está tão desacreditada que não tem qualquer poder negocial.
No outro dia, Marcelo Rebelo de Sousa (que é uma acérrimo defensor desta Ministra, vá-se lá saber porquê) celebrava esta estratégia governativa que tem como principal característica denegrir as corporações (sejam elas de que tipo for, legítimas ou não!) para reduzir-lhes a capacidade negocial (falava ele em relação à Ordem dos Farmacêuticos). Reconheço que ele tem razão, mas ao contrário do que ele afirma, essa não é a forma correcta de fazer política, por mais legítimos que sejam os fins. Num estado democrático, a política (entendida como construção da pólis) faz-se em conjunto com as organizações que emergem da sociedade, sejam elas profissionais, sindicais ou quaisquer outras. Mas a estratégia deste governo passa por desacreditar todas as organizações, passa pelo achincalhamento público, pela difamação. É a política da terra queimada. E alguns aplaudem. Porra para este país!
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