"Reúne sete ou oito sábios e tornar-se-ão outros tantos tolos, pois incapazes de chegar a acordo entre eles, discutem as coisas em vez de as fazerem" - António da Venafro
22.6.06
Leituras de fim de semana
Aos confusos Filhos de Atenas e Jerusalém
Pode a ideia de Europa definir-se por axiomas tais como os cafés, a paisagem à escala humana "que possibilita a travessia", as ruas e praças nomeadas segundo estadistas, poetas, músicos, acontecimentos (prepetuando a memória), a herança dupla de Jerusalém e de Atenas ou a "apreensão de um capítulo derradeiro", tão cara à Filosofia hegeliana?
Segundo George Steiner, um dos grandes pensadores europeus da actualidade, sim.
A ideia de Europa, "de helénicas formas, filha de Homero e Platão" - esta é do Fausto - permitiu a criação de um padrão comum de hábitos, de trocas, de comportamentos, crenças e atitudes que une os europeus, conclui Steiner. E deve ser posta em práctica rapidamente. "Liberto de ideologias falidas, o sonho pode, e deve, ser sonhado novamente", escreve Steiner.
Um pequeno ensaio que deve obrigatoriamente ser lido. Com prefácio do presidente da Comissão Europeia.
Steiner, George; "A Ideia de Europa"; Lisboa, Janeiro de 2006; Gradiva