5.10.06

O SITAM

Um sindicato de nome SITAM (pelo que percebi, qualquer coisa ligada ao comércio) veio reivindicar o fecho das grandes superfícies ao domingo como forma de combater a crise que grassa no comércio tradicional. A ideia, simplista como tudo, pretende colocar do lado das grandes superfícies o ónus da culpa de tudo o que aos mais pequenos acontece. Claro que ninguém explicou a estes senhores que a crise é generalizada, por exemplo. E que o movimento dos centros comerciais é de algum modo contracíclico relativamente ao movimento do comércio tradicional. Mais: quem aposta numa superfície comercial tem rendas mais elevadas, contratos mais exigentes e ainda um pagamento mensal, em muitos casos, que incide sobre a sua facturação bruta o que pouco lhe deixa de margem de manobra. Tem ainda, consequentemente, mais funcionários para pagar devido aos horários mais alargados. Escusado será dizer que mais funcionários implicam mais ordenados, mais segurança social, mais prémios, mais subsídios, mais seguros, etc. Como se vê, se a rentabilidade parece ser maior, as despesas também o são. Eis uma realidade indesmentível.
O problema do comércio tradicional não passa por eliminar a concorrência como maliciosamente pretende. O problema do comércio tradicional passa por tornar-se mais atractivo, exigente e, claro, moderno. Mas isso é um outro problema que o SITAM se recusa ver. Para finalizar apenas uma pergunta: se a medida proposta fosse para a frente, o SITAM tem ideia de quanta gente poderia ir para o desemprego?