16.10.07

Cinema em Casa

Faltam duas semanas para o arranque da 3ª edição do Festival Internacional de Cinema do Funchal.

A iniciativa é da cooperativa Plano XXI

Henrique Teixeira, cinéfilo, é o pai desta criança mal amada. Sobretudo pelos políticos, o que não deixa de ser curioso. Revela a cultura de quem governa.

Este filme é fácil de contar. Existem os bons e os maus da fita.

Neste caso, os bons são os homens do desporto. Os maus, os da cultura.

Vamos dividir os factos, em cenas.


CENA 1
Exterior dia
É UM CLÁSSICO NOS ARGUMENTOS DOS FILMES MADEIRENSES.

Para o desporto há sempre disponibilidade e meios para…... Confesso que fiquei estupefacto, com a mediática reunião dos responsáveis da Volta a Portugal em Bicicleta com a Câmara do Funchal. Até um cego sabe que o ciclismo, é uma modalidade “proibida” (só montanhas) na Madeira. Apesar de…ficou apalavrado e é vontade do município pagar e bem, para ver reformados correr nas estradas madeirenses.

CENA 2
Interior noite.
É RARO ENCONTRAR NA HISTÓRIA DA CINEMATOGRAFIA REGIONAL


Dificilmente há dinheiro para a cultura. A “Madeira Região Europeia 2004” foi a Europa quem pagou a factura.

Actualmente há uma exposição na Casa da Cultura da Calheta, mas foi o milionário madeirense, Joe Berardo, quem suportou o transporte das obras e os seguros, para a população ver de borla.


CENA3
Exterior/interior
FESTIVAL DE CINEMA
Nota – trata-se de uma cena difícil de filmar, porque há uma mudança brusca de luz, entre as personagens. Além disso, estão em locais diferente o que obriga a homogeneizar temperaturas de cores opostas.


É verdade que o festival nasceu com o apoio da Câmara da capital, mas é necessário um argumento mais arrojado. O guionista sabe disso, e todos os anos apresenta dois guiões: - um custa sensivelmente o mesmo que a autarquia pagava pelos famosos ciclos de cinema “7 dias 7 filmes”; o outro ultrapassa a verba, mas nunca chegou a ser rodado.

A explicação é simples. A Secretária do Turismo diz que o tema não é da respectiva área. O Secretário com a pasta da cultura, recusa receber as personagens. Empurra o assunto para a DRAC. A DRAC precisa do ok da tutela, para pronunciar-se.

Nas anteriores edições, nenhum Secretário participou nas cerimónias de abertura, ou de encerramento do festival, apesar dos convites. Se os secretários não vão, o “jet-set” local, também não.

Os empresários são pouco sensíveis e é fácil de perceber porquê. Além de nunca terem visto um filme de autor no cinema, (têm plasmas em casa) precisam de um sinal, de quem manda, para apadrinharem.

O grupo Pestana, por exemplo, diz que cede a sala de congressos para a gala de encerramento do Festival, deste ano, mas recusa assinar um documento.

Etc., etc…

3 comentários:

Anónimo disse...

Concordo consigo,

é lamentável nesta terra não existir cinema decente. As poucas iniciaticas que poderão dar uma lufada de ar fresco nesta terra em matéria de cultura morrem logo à nascença.
é ver a infinidade de torneios internacionais e outros nas diversas irrelevantes modalidades desportivas. o caro bloguer fala do caso do ciclismo, mas acrescentaria muitas outras modalidades em que as entidades públicas patrocinam.
Enfim, são as prioridades

Anónimo disse...

É uma verdade deprimente.
Ouvi hoje na rádio um dos gato fedorento dizer que, felizmente é um às na internet porque só assim consegue ver bom cinema em Portugal.
Cumprimentos

Anónimo disse...

Infelizmente é bem verdade. Por exemplo, pela primeira vez faz-se algo na madeira e o dinheiro continua a ir para os sitios errados.

LINK filme madeirense: http://www.youtube.com/watch?v=c_oBhisXTto