Caro colega blogger,
antes de mais, deixe que manifeste a minha estranheza pela forma como lançou o seu desafio.
Como sabe, na Conspiração às 7 existem vários bloggers, que frequentemente têm opiniões distintas sobre a realidade, pelo que o texto a que se refere apenas me compromete a mim, que o escrevi. Sabe, também, que todos os textos são assinados, pelo que me pareceu pouco urbano da sua parte não referir o nome do blogger cujos textos foram pretexto para o seu post. A referência "o conspiração" não me parece adequada, uma vez que não foi "o conspiração" que esteve activo na crítica ao governo da República. Todavia, a forma como trata os outros é uma questão que apenas lhe diz respeito a si.
Em segundo lugar, deixe que concorde consigo: efectivamente, a actividade dos outros bloggers e de outros blogs não é algo que lhe diga respeito. Mas deixe que lhe manifeste o meu prazer em registar a sua presença por cá. É sempre muito bem-vindo, ainda que para criticar e reconheço-lhe a si, como a todos os restantes leitores dos meus posts, legitimidade para comentar, fazer observações ou criticar. Tenho me situado neste horizonte teórico, na blogosfera, e ainda não tive qualquer razão para mudar.
Quanto à questão central do meu post e que motivou o seu desafio, deixe que, preliminarmente, lhe diga duas coisas:
1. a minha principal motivação foi fazer uma brincadeira com base na marca "Allgarve";
2. mantenho que esta marca foi uma das maiores patetices que vi até hoje e que apenas beneficiou a empresa que a criou.
Mas já que as razões para esta minha posição não parecem ser claras, passo a enumerar algumas:
1. A marca "Algarve" está consolidada no mercado do turismo há já muitos anos e, como sabe, é até utilizada ilegalmente por nuestros hermanos que promovem o turismo da Andaluzia com base na brand portuguesa;
2. A nova marca pode gerar confusão nos potenciais turistas;
3. Allgarve, a dizer alguma coisa, apenas o faz aos turistas britânicos, uma vez que o prefixo é um inglesismo. Nada diz aos portugueses, espanhóis, franceses e alemães, que, a par com os britânicos, constituem os principais consumidores da marca. Assim sendo, é quase ofensiva para todos estes potenciais clientes;
4. Para qualificar uma oferta ou até um conceito não é necessário reinventar a designação da marca. Todas as grandes marcas reinventam-se, sem alterarem o que as identificam verdadeiramente. Allgarve nada diz sobre a qualificação da oferta que se pretendeu fazer.
5. Apenas é necessário criar brands artificiais, quando não ainda não existe uma natural (com todo o potencial da marca Algarve);
6. Por último, corre-se o risco dos estrangeiros deixarem de (re)conhecer a designação correcta da região e acontecer o que já acontece com o Porto (Oporto), por exemplo. Não é grave, mas não me parece que devamos incentivar as incorrecções. Diz-se que a marca não muda o nome da região, mas ver-se-á o que acontecerá dentro de alguns (poucos) anos. Veremos se continuarão a escrever algarvios em vez de allgarvios.
Assim sendo, caro companheiro, não vejo em que é que a minha brincadeira crítica poderá pôr em causa o "desenvolvimento ou o bem-estar das pessoas" algarvias (ou allgarvias?!).
Quanto à sua crítica sobre a realidade da oferta turística madeirense ("se é que se pode chamar ao marasmo, aos atropelos, às lutas pessoais, às associações em pé de guerra, aos grupos empresariais sofregamente delapidando o capital turístico da região e ao desordenamento territorial, de politica!!!") deixo-lhe mais duas notas:
1. a sua descrição aplica-se soberbamente ao turismo algarvio (já lá esteve, não?);
2. reconheço a pertinência e a legitimidade de algumas observações. Agora afirmar que na Madeira há "marasmo", tenha lá paciência! Não conheço nenhuma região do país com tantos carnivals como a Madeira. Enumere-me apenas uma e ficarei satisfeito.
Por último, respondo ao seu desafio lançando-lhe outro em forma de duas perguntas:
1. diga de sua justiça qual é a mais-valia da brand Allgarve;
2. aponte objectivamente os principais problemas de que padece o turismo madeirense (mas deixe as generalidades e os lugares comuns de parte. Eu também gosto muitos deles, mas, then again, sou apenas um cidadão anónimo).
Receba os meus cordiais cumprimentos,
SG
16 comentários:
Com responsabilidade, viva a liberdade de expressão.
A oposição muitas vezes parece ter umas palas e consegue dizer que tudo o que o Alberto João Jardim é mau... Enquanto não mudarem de atitude nunca irão ganhar credibilidade perante os madeirenses.
Concordo em pleno consigo Sancho, na Madeira temos um turismo de qualidade e não um turismo rasca como é do Algarve, será que o Sr. Carlos Pereira consegue ver isso?!
Servilismo e subserviência , ou puro lambe-botismo?
Já repararam que os bloggers com actividade política gostam de manter os títulos académicos e/ou profissionais, mesmo quando escrevem para a blogosfera. Ele é Sr. Dr., ou Arqº., ou Sr Deputado, à boa moda do servilismo do Estado Novo! Só ainda não percebi se é mesmo apenas por servilismo e subserviência, se por puro lambe-botismo, não vá um dia precisarmos deles. Mas acho piada. A patetice, por vezes tem piada...
Sancho Gomes - Conspiração as 7
Anónimo, leia de novo o texto. Há-de reparar que não há srs Drs. ou sr. Deputado. Apenas um escrito educado entre pares (bloggers). Trato o Carlos Pereira por você, porque não o conheço de lugar nenhum. E vc tem o mesmo tratamento, apesar de ser um anónimo... Diz muitos acerca de nós, não é? Não ruborize, não vale a pena...
Est� na hora de retirarem o vosso apoio ao Rudi e fazerem campanha pelo McCain...
amsf,
estive mesmo para fazer um post sobre isso. É que já não há quem safe o Rudy... Lá diz o ditado que não há vitórias antecipadas!
Qual é a sua definição de lambe-botismo e subserviência?
A mim parece-me que o seu texto encaixa na definição de ambos, não acha?
Não!
E vc, encaixa?
olhe que não!
não faça confusões.
Sancho,
Vale a pena olhar para o que está no Plano de Ordenamento Turístico, relativamente ao nº de camas, actividades náuticas, etc., e o que realmente tem sido feito.
Pondo de parte a questão da qualidade do plano, como é possível ter uma politica coerente se tudo o que é planeado é constantemente e grosseiramente violado?
O nosso turismo tem qualidade há muitos anos (mais de 100), e não devemos desbaratar esse património seguindo caminhos errantes e sem os olhos no futuro.
O “Imaculado Pereira” foge para a frente e lança nova questão, porque para as questões que o Sancho colocou, ele não tem resposta. Acontece aos melhores: quando lhes pedimos para desembrulhar a retórica, lá vemos um ratinho sair da montanha.
Ah, e pelo caminho aproveitou para manifestar a sua indignação por algumas insinuações que por aí correm e fazer a sua 28ª promessa de silêncio sobre a matéria, isto porque adjudicações milionárias e directas de uma associação a pseudo-empresas do secretário da mesma associação, só é crime e imoral se envolver a ralé do PSD.
gosto desta lucidez
tenho dito
jocas maradas...sempre
Tino,
e então que caminhos são esses? Concretiza as críticas.
su,
;)
Oh sanchinho ou estás quietinho ou vais de carrinho. És funcionário da Câmara de Évora e andas, durante o expediente, a responder no teu blogge. O teu chefe vai ter de saber, ou pensas que a perseguição só acontece na Madeira.
Cautelinha. Os cubanos podem ser distraídos mas não são burros.
buu, que medo!
Mas não me admirava nada que de repente aparecessem umas denunciazinhas anónimas, visto o clima de bufaria que o governo PS instituíu no país...
Mas, ó energúmeno, se quiseres fazer ameaças, fá-lo com verticalidade e assume a tua identidade.
Porque já deves saber que ameaças vindas de patetas anónimos não me fazem comichão... Sabes, quando não se tem telhados de vidro...
esse anónimo só pode ser mad.... pois é defeito...........:)
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