Sócrates anunciou que as novas barragens já anunciadas irão ser totalmente pagas por investimento privado e que esses mesmos investidores ressarcirão o Estado pelo uso do domínio hídrico nacional.
Ora, antes de mais, tenho muitas dúvidas acerca destas promessas de custo zero para os contribuintes. E reconhecerão alguma legitimidade, porque este governo não prima pela honestidade e transparência.
Mas o que mais me espantou foi o ar triunfal com que o primeiro-ministro anunciou que as empresas terão que pagar pela utilização dos recursos hídricos. Ora, é só o que faltava, usurparem assim o domínio público, para vender energia aos cidadãos portugueses, e não pagarem nada. Mas é demonstrativo da forma de pensar deste governo.
Sócrates também anunciou (como ele é bom a anunciar! E como alguns estão dispostos a engolir até ao sufoco todo o isco, linha e cana atirados por ele!) que governar não é ceder aos interesses de alguns sectores. Não reconhece, contudo, que governar também é não deixar a imoralidade determinar os destinos do país, como são os lucros apresentados pelas petrolíferas.
Esta entrevista, se para alguma coisa serviu, foi para mostrar que, na arte da demagogia e de tentar sobressair pelo realce do desconhecimento concreto dos dossiês por parte dos seus interlocutores, Sócrates é efectivamente um ás. Mas não passa disso. De uma bela cauda de pavão, que não serve para absolutamente nada.
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