5.9.08

Cartas a um amigo comunista I

Hoje, que é inaugurada a edição deste ano da Festa do Avante (este ano, que planeava confraternizar com os meus amigos comunistas naquela que é a sua festa, sou impedido por um evento bem mais burguês!), vou dar início a uma rubrica nova, que se chamará Cartas a um amigo comunista.
O título, como é evidente, não é da minha autoria, mas é uma adaptação das Cartas a um amigo alemão, que Albert Camus escreveu a partir de 1943.
Tentarei manter alguma frequência nestas missivas.

Caro amigo,

hoje para ti é dia de festa pelo que não te maçarei com questões demasiado doutrinárias ou discussões sobre práxis política.
Para começar este conjunto de missivas, apenas uma nota prévia sobre algo que venho vindo a observar e que nos distingue: eu prefiro a pior das democracias à melhor das ditaduras. Não estou tão certo que partilhes desta minha premissa.
Sei bem que a dicotomia que estabeleço é simplista, mas a ideologia subjacente é real: eu defendo o direito inalienável da liberdade individual, enquanto tu estás disposto a abdicar desse direito em prol de um bem comum que entendes poder ser garantido por um regime de partido único. Acho que aqui, jamais estaremos em acordo!
Um abraço,

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