O Sr. Lori Sandri, treinador do Marítimo, quando questionado sobre o adversário que coube em sorte à sua equipa na Taça UEFA respondeu desta forma: O pior possível.
Pois bem, do ponto de vista desportivo o Sr. Sandri até tem razão: É tão dificil ao Marítimo eliminar o Valência como a mim equilibrar-me nuns patins em linha. O drama é que, sem culpa, o Sr. Sandri não sabia que o mesmo Valência era, presumivelmente, o melhor adversário possível.
Baralhados? Então passo a explicar: A política desportiva do Governo Regional é justificada pela necessidade de promoção externa da Madeira. O argumento é, na minha opinião, discutível, embora a utilização do desporto enquanto veículo de comunicação de uma região ou de um país seja mais frequente que os assaltos a bombas de gasolina no continente. Basta ver, a outra dimensão, o esforço que a China fez para ganhar mais medalhas de ouro do que todos os outros em Pequim.
Partindo do pressuposto aqui enunciado, uma eliminatória disputada em Valência será sempre uma excelente oportunidade para promover o destino Madeira. Senão vejamos: Valência é a terceira cidade espanhola em número de habitantes. Valência é, logo depois de Barcelona e Madrid, a mais rica, mais dinâmica e mais pujante urbe do reino de “nuestros hermanos”. Espanha é, neste momento, um dos mais importantes mercados emissores de turismo para a Região. Juntando as variáveis desta equação é fácil perceber que a presença do Marítimo na cidade que roubou descaradamente a America’s Cup a Santana Lopes e a Lisboa-Cscais, aliada à criatividade necessária nestas situações, seria uma espécie de tiro na mouche – para o Turismo cá do burgo.
Aqui vão, de borla, algumas sugestões. Que obviamente não serão postas em práctica:
- Entrar em contacto imediato com o Dep. de Comunicação do Valência Club e sugerir-lhes que um vídeo da Madeira seja passado nos ecrãs gigantes do estádio antes do jogo e durante o intervalo. Caso não existam confiltos com patrocinadores do clube da casa, os espanhóis cederão sem grandes dramas.
(atenção: nos contactos como Valência existem palavras proíbidas: Quique Flores, Koeman ou Sarapandiquipiti são três delas. Só para evitar que chatisses!)
- Sugerir a inserção de material de comunicação da Madeira – texto, imagem - no Guia do Jogo, instrumento que, nos estádios decentes, chega à maioria dos espectadores;
- Contratar uma empresa local para deixar um flyer ou outro material de comunicação da Madeira em cada uma das cadeiras do estádio do Valência;
- Desenvolver acções de charme na zona vip e na sala de imprensa do Estádio, com distribuição de material informativo.
(sim senhor, o bolo de mel e o vinho podem entrar... Mas evitem o brinquinho, o despique e a poncha. São acções de... charme, não sei se me faço entender!)
- Colocar, nas imediações do recinto desportivo (estações de metro e de autocarros, por exemplo), algumas promotoras contratadas localmente para a distribuição de material informativo sobre a Madeira;
- Definir espaços na cidade (nas imediações do estádio) para a colocação de material de grande formato a promover o jogo e a Madeira. Para tal será necessário contactar uma das muitas empresas que, em Valência, fazem a gestão comercial dos espaços de comunicação;
(pois, não sei se um cartaz cor de laranja com a Madeira em marcha é o mais adequado, mas enfim...)
- O Gabinete de Imprensa da Secretaria do Turismo deveria, imediatamente após o sorteio, ter entrado em contacto com órgãos de informação locais para tentar colocar entrevistas de responsáveis locais pelo Turismo, que assim apanhariam a boleia da bola.
(por boleia entenda-se táxi, porque a viagem há muito que está paga!)
Seria fácil fazer isto:
- Sim! Se existisse uma estrutura capaze de responder com eficácia e rapidamente às oportunidades que os desporto subsidiado proporciona.
E esse é o drama – e o cerne desta questão: Quem gere os dinheiros do desporto é o IDRAM. Faz sentido. Mas ninguém gere a marca desportiva da Região. Pura e simplesmente porque ela não existe e, como toda a gente sabe – ou devia saber –, ninguém gere o inexistente.
(até Deus, por horror ao vazio, nos criou a nós!)
Em resumo: temos um desporto fortemente subsidiado com o objectivo de promover a Região. Mas não temos instrumentos para maximizar o retorno do investimento feito pelo erário público. Faz sentido?
(as canções do Tony também não mas vendem p’ra caraças! Xiiii, foi-se a minha teoria...)
Não fará mais sentido criar uma marca que corporize a actividade, sendo esta gerdida pela Secretaria Regional do Tursimo? Serão os professores de Educação Física do IDRAM – com todo o respeito – especialistas em Comunicação, ou antes em Desporto?
(esqueçam a anedota de nome Madeira Sabor a Desporto. A sério, pá. Vá lá, isso foi a brincar. Não era a valer. Vá, vamos começar de novo... Um, dois...).
Não faz sentido maximizar recursos, trabalhando em conjunto com os clubes tendo por objectivo observar janelas de oportunidade para promoção nos calendários desportivos?
Não faz sentido estudar o Desporto, os seus públicos, e desenvolver acções específicas junto dos clubes ou atletas que representam a Madeira lá fora?
Tem lógica deixar esse tipo de responsabilidade aos dirigentes, sabendo que a maioria das simpáticas agremiações da terra – todas com excepção de Marítimo e Nacional - não têm dimensão para sonhar com um departamento de Marketing e de Comunicação.
Esta ausência de Comunicação em torno do fenómeno desportivo faz algum sentido?
Pois é, seu Sandri... Ocê, quando botou discurso, esqueceu o principau! Sei que no peito dos desafinado também báte um coração. Mais báte pela promoção, né.. Ou devia!
1 comentário:
Na minha opinião havia de ter sido o Milan... A promoção era ainda maior, pois a maioria dos canais do Mundo dão mediatismo ao Milan e era uma promoção no Mundo e não só em Espanha!
Parece que há espanhois que virão no Armas para ver o Valência na Madeira...
Eu vou até Valência ver a derrota do Marítimo! Menos de 7 é uma vitória, porque o benfica já perdeu por 7 em Espanha... Por isso... eheh
Enviar um comentário