Apraz-me registar a iniciativa inédita conseguida pela RTP-M. Ao fim de três décadas de regime democrático e passados inúmeros actos eleitorais, conseguiu-se finalmente juntar os candidatos todos, sim, incluindo o PSD, num debate televisivo. São recorrentes os agendamentos deste tipo de debate, a cada momento eleitoral, mas no que diz respeito à Madeira, é uma grande novidade. Deixo apenas algumas questões: porquê agora, e ainda por cima no âmbito de uma Eleição ao Parlamento Europeu? Será um novo élan para o sistema político regional? Será que estamos perante uma nova estratégia de comunicação política por parte do PSD-M? Esta inesperada concordância é para continuar? Em 2011 iremos assistir a um debate com os candidatos concorrentes às Eleições para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, com os respectivos cabeça de lista, e futuro Presidente do Governo Regional?
4 comentários:
recordo que nas últimas eleições Europeias este debate já tinha sido feito e com a presença do Sérgio Marques.
Não foi a primeira vez.
Há muitos anos atras, na idade da pedra, ajj aceitou um frente a frente com Emanuel Jardim Fernandes.
Há uns 10/15 houve um debate com todos ( Paulo Fontes representou o PSD)no ambito das legislativas nacionais....
Se não fosse a Comissão Nacional de Eleições, mas uma vez a RTP-Madeira furtava-se ao debate com o argumento da recusa do PSD.
Não há mais debates, porque simplesmente não há cultura de debate e troca de ideias na região, seja no partido no poder (basta ver que o seu líder privilegia antes de mais a unidade na organização do que a existência de trocas de ideias), seja igualmente nos partidos da oposição (os recentes acontecimentos no maior partido da oposição transparecem isso).
Na mesma linha os eleitores ainda não perceberam conceitos básicos como o carácter fiscalizador do voto ou o conceito de alternância de poder, algo normal em sociedades democraticamente maduras.
Diga-se de passagem que este é um mal que afecta meios pequenos, como é o da dimensão da Madeira. Aliás, fazendo a comparação, nos Açores, o PS só ganha as eleições quando Mota Amaral decide não concorrer e vai para o rectângulo.
Alie-se a isto a parca massa crítica existente na ilha (os resultados escolares e as elevadas taxas de abandono escolar e reduzidos níveis de educação em relação ao resto país comprovam), como ao carácter mais reactivo da sociedade madeirense (comum ao país) e temos uma breve explicação para que este mundano e normal procedimento antes de qualquer eleição, seja uma raridade na nossa ilha.
É pena. Mas a verdade é que para além do maior partido se esquivar a tal (basta dizer que em 2007 para ganhar bastou lançar e repetir até à exaustão um soundbyte sem praticamente ter apresentado ideias), o maioria do eleitorado não exige mais.
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