Gosto da dramaturgia e da literatura alemã da segunda metade do século XX. Da carga política dos textos de Günter Wallraff e Peter Weiss. Do intimismo de Peter Handke – A angústia do guarda-redes antes do penálti foi um dos meus livros de juventude – do burlesco dos textos teatrais e da poesia de um dos mais profícuos herdeiros de Brecht, Heiner Müller.
Em 2008 descobri, através de uma peça que trouxe ao Funchal Beatriz Batarda (De Homem para Homem), Manfred Karge (por falar nisso, ainda espero, ó camarada Bernardo, a cópia da tradução que me is arranjar).
Gostava de conseguir ler em alemão. E falar alemão, uma língua que a maioria de nós, latinos, não acha minimamente atractiva.
Tudo isto para justificar a postagem de mais um poema de Heiner Muller.
Ei-lo:
O pai
1
Um pai morto talvez tivesse
sido um pai melhor. Melhor ainda
é um pai nado-morto.
Volta sempre a crescer erva sobre a fronteira
tem de ser arrancada a erva
sempre sempre a erva que cresce sobre a fronteira.
2
Gostava que o meu pai tivesse sido um tubarão
e despedaçado quarenta pescadores de baleias
(e eu aprendido a nadar no seu sangue)
a minha mãe uma baleia azul de nome Lautréamont
Falecido em Paris
Incógnito em 1871
1 comentário:
Contra-poema:
http://www.internal.org/view_poem.phtml?poemID=356
aqui dito pela própria Plath: http://www.youtube.com/watch?v=6hHjctqSBwM
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