2.6.09

Um herói improvavel

Robin Soderling é um sueco que até anteontem era virtualmente desconhecido para aqueles que não seguem o ténis com muita atenção. Número 25 do mundo, faz 25 anos daqui a dois meses. Este ano jogou 21 jogos até chegar a Paris, tendo ganho 11 e perdido 10.

Nunca levou para casa o cheque de vitória de um torneio importante. Em 2009 venceu em Sunrise (um challenger), foi semi-finalista em Auckland e chegou aos quartos de final de Brisbane. Em 2004 e 2008 ganhou em Lyon e em 2005 ganhou em Milão. Terminou o ano de 2008 em 17º do ranking mundial depois de ter partido da 53ª posição.

Pois bem, domingo passado o sueco resolveu entrar para a história, terminando com o reinado de Rafael Nadal em Roland Garros. Contra todas as probabilidades, venceu o espanhol por 3-1. Recorde-se que o ultimo encontro entre Nadal e nórdico terminara com um esclarecedor 2-0 para o primeiro, com parciais de 6-1 e 6-0...

Quem esperava que o bom do Soderling gozasse os seus 15 minutos de fama e fosse recambiado de volta à Suécia na oportunidade seguinte enganou-se redondamente. É que hoje o rapaz resolveu atirar com mais um favorito "borda fora" e seguir, todo lampeiro, para as meias-finais.

A vítima foi o russo Nicolay Davydenko, número 11 do mundo, que vinha a jogar um excelente ténis. Soderling não "fez a coisa por menos": despachou o atordoado Nicolay por 3-0, com concludentes 6-1, 6-3 e 6-1!

Nas meias-finais o sueco vai defrontar aquele que, na minha opinião, depois da "queda" de Nadal é um dos principais favoritos à vitória no torneio, Fernando Gonzalez, número 12 do ranking mundial e especialista em terra batida. Esta tarde, o chileno fez jus a isso mesmo despachando, em 4 sets, o número 3 do mundo, Andy Murray.

A ver vamos como se aguenta Soderling, o herói improvável a quem alguns já chamam Robin dos bosques. Mas teria graça vê-lo na final.

Amanhã perspectivam-se dois grandes jogos: o único sobrevivente do naufrágio da armada espanhola, Tommy Robredo, enfrenta o argentino Juan Martin del Potro, número 5 do ranking mundial, que vem jogado de forma extraordinária.

Por sua vez o único francês em prova, Gael Monfils (11º do mundo), vai tentar resistir ao relógio suíço de Federer e avançar até à meia-final. Na minha opinião não terá grandes hipóteses, mas enfim...

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